Gabinete do Director

Depois de ter voltado com Harry para o colégio, os nossos rumos tornaram-se diferentes. A minha ideia de capar aquele diretor de um raio não me saíra da cabeça. Dirigi-me a passo lento até ao gabinete do diretor. A rapariguinha, que se dizia ser sua secretária ainda me tentou barrar, mas não sei como, acabei por a fazer deixar-me entrar. Bati a porta, só mesmo pelo tom de gozo e entrei no gabinete. Fechei a porta atrás de mim.

Eu estava a fazer uma chamada pelo telemóvel. Estava bastante distraído até que a chamada acabou e percebi que não estava sozinho no escritório. Virei-me e encarei... pois, tinha de ser novamente aquela rapariga, Paige Parker. Fiquei imediato de mau humor.
- Veio queixar-se do marido, desta vez?

Limitei-me a não lhe responder, pelo menos, não para já. Caminhei calmamente até a uma das cadeiras e sentei-me. Aí ponderei nas palavras certas. Pois claro, eu agora não podia ser parva, se queria que aquele cabrão de merda, me metesse ''solteira'' novamente. - Bingo! - revirei os olhos. Bah.. eu não tinha paciência para ser.. para ser calma! - Tu tás parvo é? Qual foi a ideia de me arranjares um marido? É que só podes estar mesmo com falta de sexo.. há quanto tempo é que não quecas? Deixa cá ver.. - fiz um ar pensativo. Nem valia a pena responder aquilo. Eu já começava a disparatar e a dizer coisas sem nexos. Típico da minha pessoa.

Tivera um enorme gozo em escolher um parceiro para ela. Um novato que a podia aturar e talvez fazê-la parar de fantasiar comigo. Pelos vistos, estava enganado...
- A Paige é aluna deste colégio e como tal está sujeito a ter um parceiro, como é norma. Se quer manter-se aluna do Monroe, permanecerá com o seu parceiro e cumprirá as regras do estágio.

O problema é que eu não queria nem estar naquele colégio, nem ir para um colégio.. bom.. aqueles colégios internos, todos podres e todos.. bah.. - Lá por tu não teres sexo, não quer dizer que tenhas que meter os outros com homossexuais! - refilei. Se bem que o rapaz já tinha dito que não o era, mas eu continuava a afirmar que ele era. Bom, que se lixasse. Não interessava mesmo. Não tinha intenções em ter sexo com a mesma pessoa, durante meses.. era no mínimo.. horrível. - És mesmo estúpido! Burro! - levantei-me abruptamente e comecei a andar de um lado para o outro e a começar a falar coisas sem ainda mais nexo. Apenas resmungava.

Lá estava a aluna a levar a conversa no seu modo rude e insolente. Não estava com paciência para essas coisas. - Primeiro, já lhe disse para não me tratar por tu. Sou seu diretor e não um qualquer que arranjou na esquina. Percebido? - disse num tom rígido - Segundo, retirei já o que disse. Não estou para aturar os seus disparates e a Paige está por um fio de ser expulsa. É mesmo isso que quer? Pense bem.

Ele a mim não me ameaçava. Pash.. - Eu sou maior de idade. Mesmo que me expulse eu poderei muito bem nem ir para o colégio interno. - cruzei os braços ao peito. Além do mais, o meu pai que me tirasse a mesada. Que fizesse o que bem quisesse. Podia muito bem arranjar um trabalho e viver por conta própria. - O senhor diretor devia baixar mais a bola. Vou voltar a repetir: não tenho medo de ti!

- Então faça o que quiser. Só não importune mais o meu tempo com queixas idiotas e infantis.
Respondi de imediato, nem sequer pensando. Os problemas delas não eram meus e, por esta altura, já nem queria saber se isso significava menos uma mensalidade para o colégio.
- Paige. - Disse, num tom que a faria calar certamente.

Semi cerrei os olhos. Por mais que aquele rafeiro fosse muito bom, um Deus Grego por assim dizer, eu não tinha que aturar as suas pancas. E além do mais, eu jurara a mim mesma, que só iria sair daquele colégio quando o comece! - Idiota e infantil és tu! - revirei os olhos. Eu odiava quando me falavam naquele tom. Aproximei-me dos móveis do seu gabinete e apanhei o primeiro objecto que vi. Este acabou no chão, partido em bocados. - Ups.. - e seguidamente, mais um caiu.

Ela só demonstrava que, quem era idiota e infantil, era ela.
- Francamente, está a piorar a sua imagem. Se não tem nada de pertinente a dizer, saia.
Respondi, quase revirando os olhos. Até ela se armar em estúpida. Levantei-me rápido e parei-a - Você está louca.

Eu não era louca, nem estava louca. Apenas estava revoltada e sentia falta de me exprimir de qualquer maneira. E além do mais, aquele diretor irritava-me com todas as forças e nem fazia um esforço para apoiar os seus alunos. - E tu tás sempre com esse ar.. de macho.. - revirei os olhos. - Super rígido e frio. E estás mais preocupado com o teu próprio cu, do que propriamente com os teus alunos! - apontei-lhe o dedo e toquei no deu peito com força. - És um incompetente!

Claro que eu tinha ar de macho. Eu era um macho.
- Paige, já pensou em ir até à psicóloga do colégio? Está a precisar.
Eu fazia de tudo para estes jovens terem o que precisavam. Uma educação, um bom sitio onde viver e diversão quanto bastasse. O problema era que nunca estavam satisfeitos.
- Não posso ajudá-la com o seu problema - porque ela, obviamente, só queria uma coisa de mim.

- Aqui quem precisa de psicóloga és tu. Que eu saiba, não fui eu que apanhei com os maiores cornos da minha vida. - disse-o calmamente e tinha a certeza que se fosse num tom ainda mais calmo, ia parecer que eu estava a gozar com ele. Quando na verdade, nem estava. - Claro que podes! Tu é que não queres.. e sabes, eu sou mil vezes melhor que ela na cama, ou onde for!

Cerrei os dentes e os punhos também. Era melhor que não falasse na minha vida privada. Simplesmente ignorei aquilo que ela disse.
- Paige, mentalize-se que não vai ter nenhum género de relações sexuais comigo. - e para além disso, eu duvidava muito que fosse. Não passava de uma rapariga magricelas com arrogância para afirmar uma coisa daquelas.

Mas o homenzinho ainda se encontrava em negação? É, parecia que sim.. abanei a cabeça e cruzei os braços ao peito. Antes, acabei de pousar o objeto que tinha na mão, no seu devido lugar. - Ai isso é que vou! - disse num determinante e persistente. Não ia de maneira nenhuma, desistir daquele rafeiro. Nem que tivesse de ser pisada umas quinhentas vezes. - Além do mais, já nem o deves fazer. Deves estar a precisar de mudar de óleo.

- Para que fiquei esclarecido, esta é a minha vida pessoal e a Paige não tem nada de se meter nela. Não vou fazer sexo consigo e dá-me vontade de rir que sequer considere essa hipótese - exclamei, com a paciência a evaporar-se de minuto para minuto.

Cada vez mais, aquele diretor estava-me a irritar. Maldito fosse. Porque é que ele era assim tão difícil? Os outros todos nunca o foram, este, que era o mais hot, tinha de ser?! Só mesmo a mim. - Continue a tentar-se convencer que não vai ter nada comigo e aí sim vai ter. - comecei-me a rir.

Encaminhei-a para a porta distraidamente.
- Porquê que não se entrétem com os rapazes da sua idade? Há muitos por aqui, tem o seu marido. Use-os a eles para o seu problema.
Disse, esperando ferverosamente que ela parasse de me chatear.

- Porque eu não quero eles, quero o diretor! Será que não percebe isso? - encarei-o seriamente. Afastei-me da sua pessoa e sentei-me num dos sofás do seu gabinete. Apercebera-me que estava perto da porta de saída, pelo que aquilo fora a única forma de fugir. - Largue de ser chato! Que mal tem? Era só sexo..

Perceber eu até percebia. Ela não era a primeira, nem seria a última, mulher a querer ter sexo comigo. Só que eu não era nenhum homem qualquer para satisfazer os seus caprichos. Too bad.
- Se é só sexo então faça-o com um qualquer. Eu não estou interessado.

- Azar o seu! - revirei os olhos. Não me importava minimamente que ele não estivesse interessado. Eu estava e isso bastava. E depois, eu era persistente o suficiente, até o convencer a ter sexo comigo. Não ia desistir. - Se calhar até foi por isso que ela te empalitou.. não lhe devias dar sexo, ou pior, nem deves ser grande coisa na cama. - Fiz uma careta.

Azar o meu? Era azar dela que daqui não ia levar nada. Ela era bastante mais nova do que eu e ainda por cima aluna do meu colégio. Nem em sonhos ela me teria dessa forma. 
Cerrei os dentes mais uma vez - A Paige não sabe nada sobre a minha vida privada. Por isso cale-se.

Sorri divertida e mordi o lábio. - Sei o suficiente.. não me chateie que eu falo o que me apetecer! - revirei os olhos. Eu sabia que ele tinha apanhado uma grande cornada na cabeça e bom, isso para mim era mesmo.. o suficiente. - Se calhar a moça fingia orgasmos. Tu não lhe satisfazias pelo que teve que encontrar um gajo que tivesse pénis suficiente para ela. Coitada..

Aquilo chegava para mim. Peguei-a pelo braço e à força pu-la fora do meu escritório. 
- Tem de aprender a ter tento nessa língua. Não me volte a aparecer à frente nos próximos tempos. - disse e fechei a porta na sua cara, trancando-a de seguida.