Gabinete do Director

Naquela manhã, o meu pai ligara-me e dera-me um raspanete do tamanho do mundo! - Foste fazer queixinhas ao meu pai foi?! - revirei os olhos. O meu pai quase que dava a entender que me estava a chamar de tarada sexual.. Arrg.. aquele director ainda ia ver a tarada sexual!

Eu nem ligara, apenas deixara uma mensagem no telefone dos Parker a informar o inaceitável comportamento da filha deles, não falara em nenhum dos avanços dela.Especialmente porque nem quisera saber deles.
- O seu pai foi informado que a menina não colabora a seguir as regras. Talvez agora esteja mais susceptível a cumpri-las.

- O meu pai quer-me meter num colégio interno! - quase que gritei. Maldito fosse aquele director! Se não fosse aquela carinha laroca, com toda a certeza que já o tinha tentado espancar. - Eu preciso que tu o convenças a deixar-me ficar aqui! - e não era como se gostasse daquele sítio, mas sempre era preferido do que ir para um colégio interno.

E talvez fosse num colégio interno que ela estivesse bem. Definitivamente ela ficaria melhor num colégio interno do que aqui a importunar-me.
Ri-me quando ela disse aquilo - Desculpe? Está-me a parecer que não ouvi bem.

Estava mesmo a prever que ele não me ia ajudar assim tão facilmente. Pois que fosse. Atirei o meu casaco para o chão e deixei que o meu vestido deslizasse pelo meu corpo a baixo. - Vais-me ajudar e convencer o meu pai a ficar aqui, se não, posso simplesmente começar a gritar e dizer que tentas-te abusar de mim! - sorri cinicamente.

Estúpida rapariga. Que pensava ela estar a fazer agora?
- Vista-se, imediatamente! - ordenei sem sequer olhar.Ela ousava ameaçar-me? Mas quem pensa ela que é!? - A mim não ameaças, percebeste? Tenho câmaras de vigilância aqui, elas confirmaram apenas que te despes porque és louca e realmente tarada sexual como o teu pai te julga!

Bolas! Ele era mais inteligente do que eu pensava. Pois não me interessava. Com a porta trancada ele não podia sair dali. Por isso, teria que me aguentar e fazer-me a vontade. - Uau, trataste-me por tu! - bati palmas com o sorriso mais sarcástico que tinha. - Pois então, vais ficar aqui.. - sentei-me em cima da sua secretária, virada para si. - Comigo.. ham e nem tentes chamar a tua secretária de um raio, nem quem quer que seja!

Revirei os olhos. Já estava por demais aborrecido e irritado com aquela rapariga. Não a queria mais no meu colégio. Levantei-me e agarrei no seu vestido, atirando-o para cima dela - Veste-o, JÁ! - o meu tom demonstrava que estava a ficar sem paciência para tudo aquilo - E vais sair daqui.

Revirei os olhos e atirei o vestido novamente para o chão. Mostrei-lhe então a chave que tinha na mão e coloquei-a dentro da minha roupa interior. - Então, se queres que eu saia, vais ter que me obrigar. - porque eu não tinha medo dele. - E nem penses em ir buscar uma chave mestra, ou lá o raio do que seja. - sorri abertamente e comecei a caminhar pelo gabinete. Peguei em algumas coisas que estavam nas estantes e mirei-as. Com ou sem chave, eu não vou sair daqui, pensei.

E ela achava que eu não tinha outra chave extra? Era o meu escritório, todo ele feito por mim - Isto é o limite, Paige - revirei os olhos e marquei o número do pai dela, um dos últimos da lista. A espera foi breve - Estou? Sr. Parker? Sim, é o próprio. Tenho de informá-lo que o comportamento da sua filha não é adequado ao meu colégio e por isso tomei a decisão de a suspender, para que esteja às suas mãos.

Cerrei os maxilares e olhei-o deveras irritada. Pousei o objecto que tinha nas mãos, na estante e atirei-me para cima das suas costas. Mal lhe apanhei o telefone das mãos, pus-me logo a falar com o meu pai. - Ele é bom na cama, é pai.. - tentei não me rir e depois desliguei. - Deixa de ser assim! - refilei. - Quanto mais me desprezares e me tratares desta maneira, mais eu vou andar atrás de ti.

Ela que falasse. Entretanto carregara no botão silencioso que chamava Shania. Só o usava quando estava mesmo zangado. Ela já estava a destrancar a porta.
- Isso não vai acontecer porque a menina está oficialmente suspensa do colégio. Mais alguma tentativa de se fazer a mim e está expulsa juntamente com uma carta de recomendação para o pior colégio interno que eu conheça - avisei num tom de ameaça que ela devia levar a sério.
Shania abriu a porta e ficou escandalizada ao ver assim a aluna - Comece a ver quem entra aqui, está bem? - disse num revirar de olhos - Paige, rua.

Eu não me ia embora assim, sem mais nem menos. Cerrei os punhos. E a unica maneira que encontrara para fazer aquilo era a seguinte: aproximei-me da estante e comecei a atirar tudo o que eram objectos, para cima daquela secretária. Depois quando finalmente esta se afungentou, voltei a fechar a porta. - Eu daqui não vou sair! - gritei. E ele que nem tentasse usar a força!

Desta vez fui eu mesmo abrir a porta. Shania era uma incompetente, era o que era. Depois segurei a aluna com força pelos pulsos, fazendo-a parar de destruir as minhas coisas - Esqueça a suspensão, você é demasiado desvairada para voltar. Está expulsa, Paige. Expulsa. A não ser que peça desculpa aqui e agora, de vá embora e pára de me chatear!

Comecei a remexer-me e a tentar que ele me soltasse. O facto de ser homem e ter mais força que eu, dificultava as coisas. Ele queria que eu lhe pedisse desculpas era?! - Está bem.. - tentei não me rir. Olhei-o nos olhos e roubei-lhe um beijo. - Pronto, já pedi. - e aí comecei mesmo a rir-me. Voltei a remexer o meu corpo e desta vez consegui soltar-me.

Aquela maldita rapariga era uma idiota. Odiava que me tocassem e só o faziam com a minha permissão. Ela beijara-me, achando-se digna de o fazer. Rameira. Eu não era para ninguém, muito menos da laia dela. Furioso, levei-a pelo braço até fora do meu gabinete, pouco importado se ela estava sem roupa ou não. Depois fechei a porta atrás de mim e tranquei-a. Olhei bem para ela.
- Se voltares a aparecer à minha frente, chamo eu próprio alguém para te levar a um colégio interno.

- Ai tu és tão estúpido! Ao menos podias-me ter deixado ir buscar a minha roupa, seu.. seu.. arrrg.. - guinchei e olhei-o furiosa. Num estúpido acto de vingança, dei-lhe um pontapé no meio das suas pernas e depois cuspi-lhe para a cara. - Idiota!

Eu dera-lhe a sua roupa antes, duas vetes até. Ela nunca se quisera vestir. Agora tinha Shania mais um grupo de alunos e funcionários a vê-la. Era para aprender.
Fui a tempo de impedir o pontapé mas não consegui bloquear o cuspo - selvagem - murmurei para mim mesmo - Ide-vos, vá.

Mas ele achava que eu tinha problemas, que me vissem apenas de langerie?! Oh, podia crer que não. Até desfilava se fosse preciso. Comecei-me a rir, quando ele disse aquilo. - Eu?! Hum.. não me parece. - e aquela secretária que não tentasse nada. Espancava-a toda, se fosse preciso.

Voltei a verificar que a porta estava trancada. Depois disso virei-me para Paige mas nem me dignei a olhar para ela, não valia o esforço - tenha um bom dia - desejei com um sorriso cinico e fui-me embora. Não devia explicações a ninguém.

encerrado.

- Um bom dia para si também, senhor director idiota. - revirei os olhos. As pessoas com a saída dele, começaram a dispersar. Acabei por esquecer a minha roupa e guardei a chave do gabinete nas minhas mãos. Oras, não pensei que ele fosse assim tão difícil. Arrg.. isto estava-se a tornar cada vez mais complicado, mas eu não ia desistir. Nem que para isso, desse em louca! Depois de algum tempo, saí dali.

encerrado.

Era bom que ela mantivesse uma maior distância de mim. Afastei-me enquanto seguimos para o meu escritório. Queria despachar aquilo o quanto antes - Deve ter sido um lapso seu por não ter assinado. Poderá ler os documentos da maneira que melhor entender. - disse, não estando a fitá-la e entrámos para dentro do meu escritório. Fiz sinal para que ela se sentasse. Fui busca a ficha dela e sentei-me no meu cadeirão, mantendo a minha postura sempre rígida e severa.

-Um lapso meu ou seu, já pensou? - olhei para ele furiosa.- Sou extramente responsável e não estou para ouvir da sua boca que o erro foi meu.- adverti fitando-o e ao pegar nos documentos deixei que as nossas mãos se tocassem. - Não gostava de ter filhos? - perguntei ao ler o titulo do documento. Desfolhei as folhas e peguei num lápis que estava lá para sublinhar algumas coisas.

Estreitei ligeiramente o meu olhar. Eu não cometia erros - Pouco provável que tenha sido um lapso meu. - respondi, cruzando as mãos e pondo-as em cima da mesa. Ela que pensasse aquilo que quisesse. Olhei para a mão dela na minha. Não gostava que me tocassem. Afastei a sua mão e fitei-a - É um assunto que não lhe diz respeito. - murmurei e recostei-me na minha cadeira - de acordo com esse documento, os seus pais são os seus legais tutores e encarregados, apesar da Brianna já ser maior de idade.

Ele que não pensasse que o erro era meu, ou melhor, que pensasse porque eu jamais quererei saber da opinião dos outros. O nosso toque era macio e as nossas temperaturas chocaram durante aqueles segundos.- Eu sei, mesmo assim poderia responder, é uma pergunta como as outras.-Debrucei-me sobre a mesa fazendo o decote do meu vestido descair um pouco inconscientemente deixando-o aberto a olhares estranhos; dava para observar minuciosamente o chorudo peito que eu possuía e a forma como era bem desenhado e me assentava perfeitamente.- Eu já dei conta, mas como diz na alínea 3 do artigo 45º eu não posso assinar nada sem o meu tutor ou seu representante, está no documento que o meu pai deixou aí consigo, ou melhor, com a sua assistente.- levantei a cabeça embatendo o meu olhar no seu, o que me fez quebrar o raciocínio e posteriormente calar-me. Este homem era extremamente viciante.