Hard Rock Cafe

Se havia coisa que a mim nunca me fizera impressão era as idades. Tinha amigas que namoravam com rapazes bem mais velhos do que elas, ou ao contrário, nunca tinha visto nisso um problema. Não que estivesse a querer dizer que ia namorar com o professorzinho, credo, mas gostava de me meter com ele. Ri-me assim que o ouvi ficar todo irritadinho e voltei a tocar-lhe no ombro, chegando-me mais para ele.
- Se acontecer alguma coisa? - repeti o que ele disse.- está com intenções de alguma coisa professorzinho? - soltei um gargalhada calorosa.- é do vestido não é? Eu sabia que ia gostar.

Voltei a virar-me para ela quando se aproximou e me voltou a tocar no ombro - chama-se suposição, não é intenção - corrigi-a - não és muito boa a línguas pois não? - disse de maneira a provocar. - Mas continuando, o problema aqui, é que tu tens intenções. - continuei.

Levantei ligeiramente as duas sobrancelhas assim que ele pareceu querer provocar-me e subi ligeiramente os cantos dos meus lábios.
- Não.- respondi no mesmo tom que ele.- eu sou melhor em tudo o que é prático.- pisquei-lhe o olho e assim que ele disse que eu tinha intenções, debrucei-me no banco até conseguir roçar os meus lábios na sua bochecha.- pois tenho.- murmurei.- e acredite que eu sou persistente.- disse, afastando-me logo antes que o senhorzinho se passasse.

-Não és assim tão boa em ténis - disse-lhe. Senti o meu corpo ficar mais rigido quando ela se aproximou mais e não me mexi caso contrário ia correr mal - Podes ter sorte - disse-lhe virando-me logo depois para ela - ou então não, porque eu não vou beber nada com alcool e estou a ir embora - disse vendo as horas. Se eles não tinham aparecido já não vinham.

Revirei os olhos quando ele disse que não era boa em ténis, mas subi ligeiramente os cantos dos lábios, exibindo um sorriso matreiro.
- Eu não me estava a referir a esse tipo de desporto.- pisquei-lhe o olho, chegando o meu banco para mais perto do seu quando se virou na minha direcção.- e desde quando é que é preciso álcool? - perguntei, cruzando os braços ao peito e saltei do banco, indo colocar-me entre as suas pernas, mesmo à descarada.- o professorzinho não vai embora.- abanei a cabeça.- eu sei que isto também mexe consigo.- disse, deslizando um dedo pelo seu peito.

-É preciso alcool porque eu nunca me ia meter com uma aluna sóbrio - disse-lhe. Suspirei pesadamente por se ter metido entre as minhas pernas, não me deixando sair do banco onde estava sentado e fiz um esfoço para que ela me desse espaço mal senti os dedos dela no meu peito.

Levantei um dedo em frente da sua cara depois de ele ter falado e abanei a cabeça.
- Correcção, você não se envolveria com uma aluna qualquer, não me inclua nesse grupo.- movi as sobrancelhas.- eu já disse que consigo tudo o que quero.- murmurei, passando desta vez a mão toda pelo seu peito.- com ou sem álcool.- cheguei-me ainda mais para ele.

Eu tinha engraçado com ela desde o início mas isso não era admissível, mais uma vez os meus músculos enrijecerram ficando um pouco desconfortável com o toque dela.
-Pára de me tocar - mandei puxando-lhe a mão para baixo - és uma aluna qualquer que seja a situação. Podes ser expulsa, eu posso ser expulso. É o meu emprego, percebes?

Eu ainda não tinha percebido bem o porquê de todo este meu interesse no professorzinho, mas a verdade era que me dava mesmo muita piada tudo isto.
- Uhh, que bruto.- brinquei com uma cara sugestiva e revirei os olhos com todas as coisas que ele dizia.- eu percebo isso tudo, mas também percebo que ninguém precisa de saber, qual é o problema? - olhei-o.- somos duas pessoas com necessidades, porque não satisfazê-las em conjunto? - voltei a aproximar-me dele, tentando que ele me largasse o pulso.- não precisa de resistir, eu sei que também quer.- penetrei o meu olhar no seu.

No que é que estás a pensar Dean? Merda! Larguei-lhe o pulso e olhei por cima do seu ombro.
-Isto está cheio de alunos, comporta-te, se fores expulsa todas as escolas te aceitam, mas se eu for expulso acabo a comer migalhas do chão. - disse afastando-a enquanto a olhava apesar de não querer.

Bem, era um facto que eu queria brincadeira, mas eu também não queria que o professorzinho fosse expulso, ou lá se ia a diversão toda. Revirei os olhos quando ele me afastou, mas deixei-me estar, ficando apenas a olhá-lo com um sorriso provocante.
- Então vamos sair daqui, vamos divertir-nos para longe, assim não há problema. - encolhi os ombros.- agora já não pode recusar. - disse-lhe, deslizando agora a mão pela sua perna, de forma discreta.- eu sei que quer tanto como eu.- olhei-o sedutoramente, por debaixo das minhas longas pestanas.

Ela estava decidida e eu também não via o problema desde que ela fosse discreta, não lhe ia dar nota melhor por causa de uma noite. Parei de respirar devido à sua mão na minha perna e toquei-lhe nos ombros virando-a ao contrário. - vai embora agora - disse-lhe - pode ser que me encontres na rua - voltei a sentar-me no banco virado de costas para ela.

Tu és maluca Violet! Talvez fosse, mas e então? Ele era um rapaz, mais velho do que era certo, mas não deixava de ter um belo corpo e uma bela carinha. Eu queria ir para a cama com ele, simples. Pouco me importava se era meu professor ou se não podíamos, desde que ninguém visse, não precisava de se saber, podia ser um segredo só nosso. Sorri ao ouvir o que ele disse e deixei que se virasse para mim, porém, eu olhei por cima do ombro para ter a certeza de que ninguém nos olhava, e voltei a aproximar-me, roçando os meus lábios na sua orelha.
- Estou à sua espera.- sussurrei, lambendo-lha.- não se demore.- disse e virei costas com um sorriso triunfante.

Já estava a pensar em outra coisa quando senti de novo Violet perto de mim, ela era bem persistente, mas eu não ia deixar que a minha carreira acabasse por causa dela. Olhei para trás para a ver sair e paguei, saindo do hard rock, mas em vez de ir ter com ela, fui directo ao meu carro.

Eu podia ser loira, mas não era burra. Apesar de sair do café, como ele tinha pedido, fiquei meio escondida, sentada num banco de jardim que lá havia, mas que estava meio tapado por um arbusto. Esfreguei os meus braços, tentando aquecer-me. Levantei a cabeça assim que ouvi passos e vi o professorzinho encaminhar-se para o carro, em vez de me procurar. Abanei a cabeça, levantando-me.
- Vamos assim para tão longe que é preciso carro? - aproximei-me dele.- ou estava a pensar deixar-me pendurada?

Virei-me para trás esticando uma mão para que ela parasse de andar.
-Estou a ir para o meu dorimitório tal como tu deverias ir para o teu, porque A: eu não quero e B: tens marido, não acho que queiras ir parar à conselheira, ouvi dizer que cheira mal da boca - abri a porta do carro e sentei-me fechando todas as portas par aassim ela não entrar.

Parei de andar quando ele fez sinal para tal e fiquei a ouvi-lo, admirando-me cada vez mais com cada palavra sua. Pela segunda vez desde que o conhecera, estava a irritar-me profundamente. Fechei as mãos com força quando entrou no carro e nem pensei duas vezes até ir meter-me à frente do mesmo.
- Eu não vou para dormitório nenhum, porque A: sei que estás a mentir, e B: o meu marido está a comer outras, porque é que eu não posso fazer o mesmo?

Bufei irritado ao vê-la à frente do carro e abri o vidro metendo a cabeça de fora.
- Eu não sou outro, sou teu professor, sai da frente ou passo por cima - mandei quando liguei o carro. Precisava deste emprego para sustentar a minha mãe e a mim mesmo, não podia correr riscos.

Levantei as duas sobrancelhas quando ele falou e toda a minha calma se foi por água abaixo. Pela primeira vez, não estava a ter o que queria. Soltei um grito irritado, mandando-lhe a minha mala para o vidro da frente e fulminei-o com o olhar.
- Cada vez tenho mais certezas de que é gay, credo.- disse, colocando-me direita e virei-lhe costas. O que não faltavam por aí eram gajos.

Sorri divertido face à sua irritação e ameacei passar-lhe por cima fazendo-a finalmente desviar-se. Andei com um carro um bocado até estar com a cara frente ao seu corpo.
-Se for posso apreciar os teus colegas contigo no fim das aulas - gozei fechando o vidro saindo dali.

Por muita vontade que eu tivesse de lhe responder, apenas peguei na minha mala, virando costas. Eu não precisava de um professor qualquer para satisfazer as minhas necessidades, existiam milhares de gajos, eu ia encontrar alguém. Enfiei um bocado de cabelo por detrás da orelha enquanto andava e espreitei por cima do ombro quando comecei a ouvir passos muito próximos de mim. Mordi o meu lábio ao ver um grupo de rapazes atrás de mim e apesar de me apetecer satisfazer as minhas necessidades, comecei a apressar o passo. Abri os olhos de repente quando um deles me apareceu à frente e o meu coração começou a bater muito.
- Olá princesinha. - ele falou num tom gravo, dando um passo na minha direcção enquanto os outros apareciam por de trás de mim.

Estava no semáforo do inferno, aquilo demorava uma eternidade a mudar do verde para o vermelho. Fechei os olhos puxando o banco para trás e só ao fim de uns grandes e longes minutos é que aquilo decidiu mudar de cor. Estava cansado e irritado e anda tinha que aturar os sinais. Mudei de direcção por um atalho onde não havia semáforos mas logo me arrependi porque vi a miúda passar sozinha por ali perto. Parei carro quando um homem parou à frente dela seguido de outros mas esses apareceram atrás dela. Franzi o sobrolho para tentar ver melhor e só fui na direcção deles quando tive certeza de que estava a acontecer alguma coisa de mal.

- O que é que vocês querem? - perguntei já a ficar assustada. Eu podia ser meio maluca, mas sabia que quando coisas destas aconteciam, não era bom sinal.
- O que é que nós queremos? - ele repetiu.- achámos que precisavas de companhia, uma rapariga tão bonita nunca devia andar sozinha na rua.- pois não, não devia mesmo. Mexi-me de repente quando senti um deles tocar-me e tentei afastar-me.
- Eu não preciso de companhia, eu estou bem sozinha.- praticamente gritei, já a perder a calma.- não me toques!- olhei o outro.

Parei o carro o suficientemente perto deles e saí indo na direcção dos homens, ou miúdos.
-Ela está comigo - puxei Violet pelo braço olhando-a - bem acompanhada. - mostrei um sorriso forçado esperando não ter que ser forçado a usar a força ou algo mais do que a força para os afastar.

- Porque é que estás tão na defensiva princesinha? - o único que falava, deslizou as pontinhas dos dedos pelo meu braço. Estava a recordar todas as técnicas que conhecia de auto defesa quando senti um outro braço agarrar-me e puxar-me contra um corpo. Preparei-me para gritar quando percebi que era o professorzinho. Calei-me e olhei para o homem que não parecia muito agradado com a situação.
- Venham.- disse para os outros.- ela não era assim nada de mais também. - abri muitos os olhos ao ouvi-lo e controlei-me para não dar cabo dele.
- Quem te dera era ter estofo para mim.- murmurei irritada.