Hard Rock Cafe

Afastei-me a minha mão da sua e voltei a endireitar-me na cadeira. - Está bem, então.. - fiz um sorriso torto. - Mas liga mesmo, ok?!

Assim que ouvi as suas palavras, levantei-me logo. - Sim, vamos aproveitar! - agora que a tinha reencontrado, estava finalmente com uma pica de dar voltas atrás de voltas. Tinha tantas saudades dela, que não conseguira evitar em ficar contente com a sua vinda para o colégio.

Paguei a minha parte. Apesar de tudo, ainda era orgulhosa e casmurra para fazer tal coisa. - Bora. - sorri abertamente e rapidamente seguimos para a baixa da cidade.

encerrado.

Ás tantas já não sabia se era seguro segui-lo. Mas acabei por o fazer. Entrámos para dentro do bar, que por esta hora ainda não estava super movimentado, e seguimos diretamente para o balcão do bar. Eu nem sabia o que escolher, nunca antes tivera de escolher álcool e não ia, de maneira nenhuma, perguntar a Melanie sobre essas coisas.

Segui-o para o café, lamentando-me por dentro. Talvez não o devesse ter deixado escolher o bar. Sim, porque aquilo não seria exactamente o sítio onde eu punha o Zade a beber pela... primeira vez? Não me tinha apercebido disso até chegarmos ao balcão. Soltei uma gargalhada cínica e virei-me para o empregado: - Para começar, traga-me só vodka pura - pedi e sorri. Pensei em começar logo com alguma coisa forte, mas para quê, quando poderia alastrar a piada?

Ela pedira logo pelos dois. Vodka pura. Hum, pois. Tinha apenas alguns segundos para me habituar à ideia. O barman depressa pois dois copos à nossa frene com um conteúdo transparente. Engoli a seco. - Ham... vamos lá - não queria parece rum fraquinho à frente dela. Peguei no copo e bebi-o todo de uma vez. Quase que me engasguei - a minha garganta, porra. - estava a arder-

Bebi de estalo e esperei que ele o fizesse também. Bem dito, bem feito. Sorri de orgulho e dei-lhe uma pancada nas costas. Eh, talvez a bebida tivesse sido mais forte do que eu imaginei. - Já te habituas, espera aí. - disse-lhe e chamei de novo o barman - Whisky.

Ela já pedira outra? Eu ainda me estava a tentar acostumar à sensação que aquela me provocara.
- Whisky vai ser pior? - perguntei, fazendo uma careta.

-Eh, é diferente - respondi-lhe enquanto esperava pela bebida. Era até engraçado, toda a situação. Quando o whisky chegou, pus-lhe a bebida na mão - Devíamos fazer um brinde... - sugeri.

Tinha a certeza que estava a passar por um grande parvo diante dela.
- Um brinde a quê? - a meu ver não tínhamos nada para comemorar. A nossa tarde estava a ser um desastre.

Que raio de pergunta aquela! Havia sempre razões para brindar, mesmo em casos extremos, como se tivesse explodido uma bomba diante de nós. - À tua primeira noite de animação! - exclamei, feliz, e levantei o copo.

Ergui a sobrancelha, olhando-a desconfiado - Que raio de animação? Até agora só tem sido tudo um desastre - resmunguei e peguei no copo com o whisky, brindando desconfiado. Desta vez dei um gole de cada vez, fazendo uma careta.

Acompanhei-o na lentidão a beber o whisky e pisquei-lhe o olho. Em seguida, desviei o olhar para estante onde estavam as garrafas de bebidas. O que lhe haveria de dar a seguir? - Aquilo. Mais aquilo. Mais aquilo. - indiquei ao barman que juntou tudo num só copo e colocou em frente ao Zade. - Se beberes isso tudo de estalo, ganhas o meu respeito. - além de uma grande embriaguez, acrescentei mentalmente.

Eu começava a ficar assustado com a quantidade de álcool que ela pedia.  E a minha cabeça começava também já a não funcionar tão bem como deveria. Olhei-a frontalmente e peguei no copo. 
Ia provar-lhe que era um macho. Bebi tudo de um trago, não sabendo bem como conseguira.

Soltei um guincho de admiração e senti-me realmente orgulhosa do rapaz. Não me contentando, abracei-o. - Ninguém se lembra das noites que dormiu muito. - avisei e peguei no braço dele, deixei uma nota e um papel com o meu número para o barman em cima da mesa, e por fim, puxei-o para outro sítio. Quer dizer, eu adorava o Hard Rock Café, mas precisava de um sítio em que ele pudesse ver mais do que algo virtual, como uma discoteca. Conduzi-o, com alguma dificuldade (talvez por causa da sua já embriaguez), para lá. 

encerrado

Finalmente estava de fim-de-semana, a coisa boa de ser apenas um professor de educação fisica era que não precisava de mexer em tanta papelada quanto os outros, o que significava mais tempos livre para mim. Como precisava de relaxar combinei com uns amigos para nos encontrarmos no nosso café preferido.

O dia tinha passado razoavelmente rápido. Depois de dar uma volta pelo colégio voltei para o quarto, dormindo até à noite. Assim que acordei, saltei da cama toda energético, indo logo até ao meu armário.  Ia sair, estava a precisar de espairecer. Peguei num dos muitos vestidos que eu tinha e vesti-me, maquilhando-me num instante. Calcei os meus sapatos a condizer e peguei na minha mala, saindo do quarto e por fim, do colégio.

vestido:

Sentei-me num dos bancos ao balcão e pedi uma bebida sem alcóol, se queria abusar não podia ser tão perto da escola,ainda lá estava a dormir e não me apetecia nada ser dispensado. Tinha sido o primeiro a chegar e eles parecia que nunca mais apareciam, devia ter combinado mais cedo para eles e assim eu é que chegava mais tarde.

Visto que ainda não conhecia ninguém por ali, acabei por decidi ir até ao café que havia perto do colégio. Ia começar por aí e depois, se arranjasse companhia, logo se via para onde ia. Ajeitei o meu vestido assim que lá cheguei, e olhei em volta, sorrindo com o ambiente. Era mesmo daquilo que eu estava a precisar, disso e de bebidas. Olhei para o balcão, começando a encaminhar-me para lá e foi então que quem? O professorzinho. Sorri já a pensar no que ia fazer, passando a língua pelos meus lábios e fui até ele, sentando-me no banco mesmo ao lado do seu.
- Já não devia estar na caminha? - perguntei num tom provocador.- eu ouvi dizer que a partir de uma certa idade, as pessoas têm de descansar ainda mais, sabe como é, por causa dos ossos.- ri-me e chamei o barman, pedindo-lhe uma bebida.

Pensava que era um dos meus amigos quando se sentaram ao pé de mim, mas não, era mesmo a minha aluna enervante. Suspirei passando os dedos pela testa - eu até já estou a criar rugas por tua causa - disse bebendo o resto do meu ice-tea -os ossos são uma treta - disse virando-me de novo para o balcão. Eu podia ser irmão dela, tinhamos cinco anos de diferença.

Agarrei no meu copo assim que o rapazinho ma deu e dei logo um pequeno gole, sorrindo com o sabor daquilo. Virei depois a cara na direcção do professorzinho e levantei uma sobrancelha com o que ele disse, acabando por soltar um risinho.
- Uau, tenho assim tanta influência? - perguntei com as sobrancelhas ligeiramente para cima e estiquei um dedo até lhe tocar no ombro.- para que é que está tão tenso, aqui já não é mais meu professor, pode ficar normal.

Ela era uma daquelas miúdas que queria tudo e conseguia, o pior era que a diferença de idades estava a influenciar o meu subconsciente a cair na teia dela. Podia não estar escrito na testa dela que estava ali à procura de companhia masculina, mas estava escrito no vestido. Cerrei os dentes algo desconfortável quando senti o toque dela - eu vou ser sempre teu professor, tanto eu como tu nos envolvemos em problemas se acontecer alguma coisa. Eu estou no meu primeiro ano, não posso ser já suspenso