Quarto da Lindsay & Roy

Baixei o olhar para a minha perna quando o Roy pousou a mão na mesma e levantei o olhar para ele de seguida, cruzando as pernas e afastando a sua mão de lá - Porque nós os dois não temos nada a ver. - encolhi os ombros e ajeitei o meu cabelo para não sair do carrapito - Por isso não vale a pena tentares nada.

Revirei os olhos. - Como é que sabes que não temos nada a ver? - perguntei-lhe olhando-a e suspirando quando me fez tirar a mão da sua perna. - Nem sequer nos conhecemos quase, não podes dizer que não temos nada a ver. - até porque eu tenho a certeza de que temos, pensei apenas para mim. - Eu não estou a fazer nada. - encolhi os ombros.

Encolhi os ombros com o que ele disse e levantei-me da cama, caminhando até à varanda do meu quarto - Por isso mesmo. Mal nos conhecemos e toda esta experiência de sermos um casal, não faz sentido. - disse com um encolher de ombros novamente - E nós temos muitas diferenças. - disse olhando-o - É impossivel.

Segui-a com o olhar quando caminhou até à varanda do seu quarto. Encolhi os ombros. - Não faz sentido porquê? Se não faz sentido porque é que foste para aquele colégio? - procurei saber. - E não temos nada, a não ser que estejas a falar do facto de seres toda rica e eu não. - acabei por dizer.

Virei a cara para trás depois de ele falar e encolhi os ombros - O único motivo para eu estar naquele colégio foram os meus pais. Não estou lá por vontade própria. - ajeitei a minha roupa e encostei-me à parede da varanda enquanto olhava para o Roy - Não é só isso, é tudo. - voltei a encolher os ombros - Não temos nada em comum.

- Está bem. - disse com um encolher de ombros, entendia o que ela dizia visto eu também só ter vindo para aquele colégio por causa dos meus pais. Achavam que assim eu ia mudar e deixar as minhas rebeldias de lado. - Ok Lindsay, já entendi. - abanei a cabeça com um suspiro e levantei-me da cama. - Podemos voltar lá para baixo? - perguntei-lhe olhando para ela.

Virei a cara para ele quando o vi todo estranho e mordi o lábio inferior. Aproximei-me devagarinho dele até estar mesmo à frente dele e suspirei - Desculpa, Roy. Não queria ser má. - os meus pais queriam mudar-me e acho que até estavam a conseguir. Tratava-o por tu e estava a pedir desculpa. Nada da Lindsay de antes.

Encolhi os ombros quando me pediu desculpa. - Não faz mal. - acabei por dizer e afastei-me caminhando até à porta, abri a mesma e virei-me depois para ela. - Vamos? - perguntei mais uma vez desviando-me um pouco para lhe dar espaço para ela sair.

Suspirei e assenti com a cabeça, caminhando até sair do quarto. Ajeitei o meu vestido e dei um gole na minha água por ter a garganta seca. Não sabia porque é que ele tinha ficado assim, na verdade até desconfiava mas era estranho. Ele estava sempre sorridente e brincalhão e não gostava dele assim para o chateado.

Saí atrás dela do quarto e desci o meu olhar por todo o seu corpo, ficava mesmo bem naquele vestido. Mordisquei o meu lábio e começamos a andar de novo para o andar de baixo. - Conheces estas pessoas todas? - perguntei-lhe, a casa estava repleta de pessoas. Tudo gente rica claro, eu devia ser o mais pobre que ali estava.

Virei a cara para o Roy assim que o ouvi a falar comigo e apanhei-o a olhar para mim. Dei-lhe uma pequena cotovelada na barriga e assenti com a cabeça - Muitas das pessoas já não vejo à anos, mas sim. - agarrei-me ao braço dele e continuei a descer novamente para a sala principal onde estava toda a gente - Queres ir conhecer as minhas amigas, é?

Levei a mão à barriga quando me deu uma cotovelada na mesma e fiz-lhe uma careta. - É tanta gente. - acabei por dizer com um encolher de ombros. Puxei-a mais para mim quando entrelaçou o seu braço no meu e ri-me baixinho. - Se as quiseres apresentar-me. Mas olha que elas vão-se babar toda para o teu marido. - voltei a rir.

Encostei-me a ele assim que me puxou e virei a cara para cima para o olhar - Não faz mal, tu gostas que elas se babem para ti e pode ser que encontres a tua amante. - encolhi os ombros e assim que chegámos à sala, puxei-o para que nos aproximássemos da zona onde estavam as pessoas mais novas, como o meu grupo de amigas.

Ri-me. - Prefiro que sejas só tu a babar-te para mim assim como sei que preferes que só tu te babes para mim. - franzi a testa, esperava que ela tivesse percebido o que eu tinha dito. Avistei ao fundo um grupo de raparigas mais novas e calculei que fossem as suas amigas. - São giras. - exclamei com um sorriso de gozo no rosto.

Sorri assim que o vi voltar ao Roy do costume e juntei as sobrancelhas com o que ele disse a seguir - Eu não - não acabei a frase porque não sabia muito bem se aquilo que ele tinha dito era verdade ou não. Mais valia não dizer nada, era o melhor. Olhei para as minhas amigas e tentei não revirar os olhos - Lindas. - disse meio irónica - Anda lá, elas já te viram, agora estão mortas para te conhecer.

- Tu sim. - disse de novo e com um sorriso nos lábios enquanto olhava de relance para ela. Andámos até estarmos cada vez mais perto das amigas dela. - Tens a certeza que queres que elas me conheçam? - perguntei-lhe. - É que se depois não me largarem eu não tenho culpa. - ri-me.

Revirei os olhos com o que ele disse e puxei-o pelo braço para que fossemos para o jardim, segundos antes de uma delas abrir a boca para me dizer para apresentar o rapaz que estava comigo. Cruzei os braços e fechei os olhos por um bocadinho enquanto levava com o fresquinho na cara - Não penses coisas. - disse logo - Só te puxei para aqui porque parece que tu não queres. Não é por mim.

Ri-me quando ela nos afastou das suas amigas, decidindo assim não me apresentar a elas. - Eu não penso nada. - disse quando chegámos ao jardim, estava uma noite bastante agradável para se estar ali fora. Andei até um banco que tinha ali perto e sentei-me no mesmo.

Segui-o assim que começou a caminhar em direção ao banco de madeira. Sentei-me no mesmo e olhei-o - Mas podes entrar e conhecê-las se quiseres. - disse com um encolher de ombros. Mordisquei o lábio inferior enquanto olhava para a vista do nosso jardim e fiquei a olhar para o Roy pelo canto do olho - Eu levo-te lá se quiseres. Elas são simpáticas. E giras. E ricas.

Olhei para ela assim que se sentou ao meu lado e acabei por me rir. - Não precisas de ter ciumes Lindsay, não te vou trocar por nenhuma delas. - encolhi os ombros e continuei a olhar para ela. - E não quero conhecê-las. - acrescentei logo depois.

Revirei os olhos com o que ele disse e cruzei os braços no peito - Eu não estou com ciúmes. - disse com um encolher de ombros - Nós somos um casal falso e eu mal te conheço, não posso ter ciúmes. - assenti com a cabeça assim que ele disse que não as queria conhecer - Está bem, ainda bem. Acho eu.

Abanei a cabeça ao que ela disse. - Já me conheces um bocado. - eu sabia que era pouco mas já era mais do que nada. - Somos na mesma um casal. - retorqui e olhei para ela. - E podes ter ciumes sim. - franzi a testa e encolhi os ombros enquanto agora fitava o céu já escuro.

Recostei-me melhor no banco e acabei por virar a minha cara na direção do Roy, ficando a olhar para ele - Podias contar-me mais coisas sobre ti. - disse com um ligeiro encolher de ombros - Assim ficávamos a conhecer mais um sobre o outro. - puxei o meu vestido mais para baixo para não mostrar demasiado as pernas e continuei com a minha cara virada para o Roy. Ele era bonito apesar de eu dizer que ele parecia um sem abrigo. Assim vestido parecia o filho de um dos amigos dos meus pais. E mesmo sem estar assim vestido, ele tinha uma cara bem feita e é bonito - Se quiseres, claro.

Fiquei algum tempo calado depois de ela dizer aquilo. Não gostava muito de falar sobre mim ou da minha vida visto nunca ter tido muitas posses monetárias. Mas era justo ela conhecer-me um pouco mais já que iamos estar juntos durante os próximos tempos. - Fui adotado quando era ainda uma criança. - disse logo, talvez fosse a coisa mais importante a saber sobre mim. - Vivo com os meus pais adotivos numa casa não muito grande. - ri-me baixo. - Comparada com a tua é minuscula. - sorri e fiquei à espera que ela dissesse algo.

Voltei a desviar a minha atenção para o meu jardim e olhei lentamente para ele assim que começou a falar. Abri a boca quando disse que tinha sido adotado mas voltei a fechá-la. Não sabia o que dizer. Não havia nada de mal nisso, acho eu - Porque é que foste adotado? - não queria ser mal-educada mas estava mesmo interessada em saber mais coisas sobre ele. Ri-me com o que ele disse a seguir e encolhi os ombros - Nunca vi uma casa tão grande como a minha, sou sincera. Acho que só o palácio do Harry é que passa a minha casa.