Hotel

Deixei um longo suspiro escapar quando senti o meu corpo contra o seu e fechei os olhos, deixando-me ficar a desfrutar o seu beijinho.
- Tenho a certeza de que vai apetecer.- murmurei, virando-me para ele.- e também tenho a certeza de que vais voltar.- disse já com um sorriso atrevido e estiquei-me até lhe dar um beijo.- então, sendo assim, vou ter a melhor nota da turma.- pisquei-lhe o olho.

-Tens a certeza de tudo - revirei-lhe os olhos mas sorriso logo de seguida. Arrumei as minhas coisas e peguei nelas agarrando-lhe na mão para sairmos dali - para onde vais agora? - perguntei fechando a porta do quarto e descendo as escadas.

- Pois tenho, mas tu também sabes que eu tenho razão.-disse, sorrindo toda atrevida. Dei um jeito ao meu cabelo enquanto esperava que ele se arranjasse e antes de agarrar na sua mão, olhei em volta para ter a certeza de que não me esquecia de nada.- para o colégio.- respondi-lhe, sacudindo os ombros.- pode ser que arranje alguma coisa para fazer.

-Assim eu levo-te - encolhi os ombros - também vou para o colégio e não faz mal nenhuma um professor dar boleia a um aluno sem carta de condução - sorri inocentemente - mas eu saio primeiro - fiz uma careta, porque se alguém nos via a entrar juntos no carro e a sair juntos do hotel ia perceber.

- Sim, posso sempre dizer que me perdi e que o senhor professor se ofereceu amavelmente para me levar para o colégio.- sorri atrevida, roubando-lhe um beijo antes que ele abrisse a porta do quarto.- vai.- disse.- eu espero um bocadinho e já vou ter contigo.

-Sou muito atencioso - disse enfiando as mãos nos bolsos depois já ter tudo lá. Fui até ao balcão e paguei o que tinha a pagar dizendo que a rapariga tinha ficado para trás nas lojas que haviam no rés de chão. Desci as escadas e fui até ao parque de estacionamento buscar o meu carro, esperando à frente do hotel para a apanhar.

Rolei os olhos juntamente com um sorriso quando falou, mas nem disse nada, ficando à espera que ele se despachasse. Fui descendo pelas escadas, para demorar mais, e também para não sairmos os dois do elevador, e quando finalmente passei pela recepção, vi-o parado, já dentro do carro. Olhei para trás, para ter a certeza de que ninguém nos via e fui ter com ele, abrindo a porta para entrar.
- Saudades minhas? - perguntei juntamente com um sorriso, colocando o cinto.- correu bem não correu?

-Muitos - gozei quando ela entrou. Assenti com a cabeça - correu - disse já a andar com o carro e olhei-a beijando-lhe a bochecha. Ninguém nos ia conseguir ver em movimento - então e quando é que te encontro depois? - perguntei -nas aulas? -ri-me.

- Não precisas de dizer isso nesse tom de gozo.- olhei-o com o mesmo sorriso de sempre.- eu sei muito bem que é verdade.- ri-me, acomodando-me no banco enquanto olhava em frente e só voltei a olhá-lo quando senti o seu beijo na minha face.- nas aulas vais ver-me de certeza.- gozei, esticando-me para ser a minha vez de roçar os meus lábios na sua bochecha.- mas eu prefiro quando podemos fazer outras coisas sem ser coisas de professor aluna.- sorri atrevida.- por isso, não me vais apenas encontrar nas aulas.- desloquei os meus lábios até à sua orelha, mordendo-lha.- podes ficar descansado, não te vou deixar morrer com saudades minhas.

Continuei a conduzir, a uma velocidade reduzida por causa dela me estar a distrair. Olhei-a quando parámos num semáforo e encolhi os ombros sentindo a sua boca na minha orelha o que me fez encolher instintivamente para continuar com atenção.
-Eu não ia morrer de saudades tuas, mas quando tiveres saudades minhas contacta-me. - estávamos quase a chegar ao colégio.

Era engraçado provocá-lo, mas mais engraçado ainda era ver a reacção do seu corpo às minhas provocações. Sorri atrevida ao vê-lo encolher-se e antes que tivessemos mesmo um acidente, encostei-me ao banco, ficando a olhar em frente.
- Quando é que vais admitir que não me resistes? - perguntei chateada.- ambos sabemos que não vais aguentar muito tempo sem estar comigo.- encolhi os ombros, apesar de já não ter bem a certeza, e quando comecei a ver o colégio ao longe, endireitei-me, a partir de agora precisávamos de ter mais cuidado.

Olhei para ela quando comecei a abrandar o carro para entrar no colégio e fiz uma careta.
-E se falássemos de ti? Eu sei muito bem que tu é que não aguentar muito tempo sem mim, foi por isso que começaste a atirar-te a mim - fiz um sorriso convencido entrando no parque de estacionamento.

Eu gostava de o provocar, estava mais do que visto, mas o facto de ele não admitir as coisas irritava-me, eu sabia muito bem do que era capaz, aliás, tinha-se visto de manhã o efeito das minhas capacidades.
- Se eu não te resisto..- olhei-o.- não podemos esquecer o facto de que tu te deixaste logo levar.- pisquei-lhe o olhos.- não te parece que quer dizer alguma coisa?

Levantei as sobrancelhas com o que ela disse e parei o carro no meu sítio do costume olhando para ela durante uns segundos.
-Eu não me deixei logo levar - disse-lhe - caso não te lembres e fui bastante dificil e caso queiras que eu te lembre eu consigo muito bem relembrar-te.

Sinceramente, o que ele me disse conseguiu mesmo irritar-me.
- Falas como se me estivesses a fazer um favor.- resmunguei, contraíndo o maxilar.- se estás assim com tão pouca vontade de estar comigo de novo, não te preocupes, eu não te obrigo a nada.- revirei os olhos, chateada, e saí do carro.

Devo ter ficado com cara de parvo quando ela começou a chatear-se comigo E quando abri a boca para falar já ela saiu do quarto. Respirei fundo e saí do carro. Tranquei o carro e fui atrás dela olhando para trás para ver se lá estava alguém.
- Para- mandei andando rápido ate ela e agarrei-lhe no braço para a alcançar virando-a para mim- passaste a menina sensível que não sabe compreender quando estou a brincar? - perguntei.

Coloquei a mala como deve de ser sobre o ombro e estava a dirgir-me para a entrada do colégio quando senti uma mão no meu braço, que me fez parar e virar para a pessoa que me agarrava, Dean.
- Eu não sou menina sensível.- disse em tom de resmungo.- mas falas como se tudo isto fosse um favor que me fazes.

Sorri quando a ouvi dizer que não era sensível.
-És mais sensível do que queres passar- afastei a mão quando ela ia subir até ao queixo dela e olhei os seus olhos. -é a minha maneira de se, não estou a fazer nenhum frete. Estava a brincar contigo. Nao gostas não precisas de te dar comigo.

Revirei os olhos quando voltou a teimar que eu era sensível e nem lhe respondi, cruzando os braços ao peito. Eu não era sensível.
- Se eu não me quisesse dar contigo não tinha feito o que fiz até agora.- encolhi os ombros.- mas também, de qualquer das formas, eu sempre soube que não me resistes.- disse, voltando ao meu sorriso atrevido.

Revirei os olhos quando pareceu perder o mau humor e voltar a atacar-me. Sorri puxando-a e dei-lhe um beijo muito rápido começando a afastar-me E a andar até ao elevador que ia dar ate aos corredores dos dormitorios.
-Dorme bem- sorri-lhe entrando no elevador- vai pelas escadas faz-te bem andar.

Continuei com o meu sorriso até sentir os seus lábios nos meus e retribuí o seu beijo, endireitando-me logo de seguida, tínhamos de ser discretos. Segui-o até à zona dos elevadores e rolei os olhos mal falou.
- Espero bem que não me estejas a chamar de gorda indiretamente.- resmunguei.- sonha comigo.- pisquei-lhe o olho e depois sim, acabei mesmo por subir pelas escadas.

Como já tínhamos reserva, foi rápido fazer o check-in. Depois disso subimos para a nossa suíte. Era grande e espaçosa, adequada para nós. Deixei as malas dentro de uma armário.
- Estás com fome? - Perguntei a Felice. Eu estava. - Podemos ir jantar ao restaurante do hotel ou mandar vir.

Ri baixinho face à sua pergunta e assenti - Sim amor, por acaso tenho fome. Por mim podemos ir ao restaurante. Sempre desanuviamos um pouco - Encolhi os ombros e sorri-lhe - Não contaste nada à tua mãe pois não? - Perguntei baixinho.

Ela tinha razão. Não era de admirar. Felice tinha razão muitas vezes. - Ok, então vamos comer lá a baixo. Vou só mudar de camisa - Disse-lhe, indo até à mala que tinhamos trazido - Não. Não a queria preocupar. De qualquer das formas ela há de saber por si própria.

- Se eu deixasse podias ir de tronco nu. Mas eu não deixo - Pus-lhe a língua de fora e ri baixinho, ajeitando a roupa do nosso filho - Ah, fizeste bem amor. Eu é que estranhei ela ainda não nos ter ligado. E estamos todos bem, não é preciso ela ficar preocupada - Sorri-lhe e olhei-me ao espelho - Hmm... Até mudava de roupa, mas estou bem gata assim.