Quarto da Alice & Kevin

- Sou estúpido? Olha que giro, parece que então sou como tu. - disse com um sorriso todo cínico e agarrei a almofada que ela me atirou. - Ainda bem que pensamos da mesma maneira em relação a isso porque eu também não vou querer nada contigo nunca. - disse num resmungo e levantei-me da cama, precisava de tomar um duche. - Estúpida. - resmunguei ao passar por ela e entrei no closet para pegar numas roupas.

- parvo - gritei e atirei outra almofada nao lhe acertando com ela. bufei impaciente e levantei.me do sofá, indo para a cama. como é que aquele parvo podia pensar que eu, logo eu, me tinha agarrado a ele durante a noite. revirei os olhos com aquele pensamento e mudei para um canal de séries. tinha dormido bem e confortavel mas nao me ia agarrar a ele de livre vontade, obviamente. so se tivesse doente. depois dele ter ido para a casa de banho fui ate ao closet e comecei a levar a lingerie e a roupa que ia vestir para cima da cama, mudando.me ali

Apenas me ri quando ela me chamou parvo, podia chamar as coisas todas que quisesse que nada daquilo me ia afetar. Abri a água e despi-me enquanto deixava que esta aquecesse, meti-me depois debaixo do chuveiro e tomei um duche não muito demorado. Enrolei uma toalha em volta do meu quadril e revirei os olhos quando vi que me tinha esquecido de uma camisola, a culpa era dela que não parava de me chatear e fazia-me esquecer das coisas. Saí da casa de banho para a ir buscar. - Ups. - disse quando a vi no quarto meio despida. Ri-me e entrei no closet pegando numa camisola e voltando à casa de banho.

revirei os olhos quando o ouvi e fingi que ele nao estava ali, continuando a despir.me - nao ias tomar banho ? - perguntei, vendo.o passar em tronco nu. mordi o labio ao perceber que o seu corpo estava bem trabalhado e sorri, vestindo a minha nova lingerie e a roupa - deves tomar banho a porco que nem te molhas quase - gozei, virando.me para ele

Revirei os olhos e rapidamente me vesti e entrei no novo no quarto não querendo saber se ela estava vestida ou ainda meio nua. - Deves ter muito a ver com a maneira como tomo banho. - resmunguei e sentei-me numa ponta da cama para calçar os sapatos.

- nao quero dormir com um mal cheiroso - revirei os olhos e atirei.lhe a almofada a cabeça , rindo.me quando esta lhe acertou. continuei a vestir.me, acabando a arranjar a mala com os essenciais - boas aulinhas amor, porta.te bem e almoça - disse num tom de voz estranho enquanto gozava com ele

- Olha dorme no chão ou no sofá então. - disse cinicamente e apanhei a almofada quando esta me acertou. Atirei-a contra ela e olhei-a. - E não sou mal cheiroso oh estúpida. - resmunguei e abanei a cabeça com o que ela disse. - Igualmente para ti e nada de andares por aí a trair o teu marido gostoso. - gozei com ela.

- acho que ele nao se vai importar minimamente se eu fizer alguma coisa com alguem - encolhi os ombros e voltei a atirar a almofada que ele me tinha atirado - es mal cheiroso se nao tomares banho parvo - revirei os olhos - ainda por cima tenho um marido convencido que é gostoso. - revirei os olhos

- Ele vai-se importar porque não quer que andem para aí a dizer que a mulherzinha dele o anda a trair. - sorri-lhe cinicamente e levantei-me da cama ficando apenas a olhá-la. - Eu tomo banho não viste? Se calhar queres é enfiar-te dentro da casa de banho comigo para teres a certeza se tomo ou não. - gozei.

- amor se eu quisesse partilhar um duche contigo, eu chamava.te pessoalmente - encolhi os ombros - como se alguem se importasse quem trai quem - revirei os olhos - mas deixa que quando eu quiser de facto verificar que tomas banho eu vou ter contigo, nao te preocupes - mandei.lhe um beijo

- Importo-me eu. - disse mesmo cinicamente e em tom de resmungo. Não queria andar para aí a ser traido, ao menos se quisesse trair-me que o fizesse às escondidas e com cuidado para ninguém saber. - E? Deves pensar que me importo que me vejas nu. Não tenho nada a esconder para além de que sou gostoso como tu dizes não é?

- gostoso ? deves precisar de uns oculos. eu tambem nao me importo que me vejas nua, nao devo ser a primeira rapariga que ves nua - encolhi os ombros e revirei os olhos - desde quando te importas ? isto nao é a serio, nada disto é a serio. nenhum dos outros casais sao mesmo casais. se te trair a frente de todos qual é o mal ? afeta.te ? - suspirei impacientemente e virei.lhe costas - vou sair, ate logo - avisei e sai do quarto indo ter com mikko

Revirei os olhos ao que ela disse, que fosse chatear outro. Peguei no meu skate depois de me ir olhar ao espelho e sai do quarto. Não sabia para onde havia de ir, mas não fazia mal queria era ficar sozinho sem ter de aturar aquela chata por um bocado que fosse.

Volltei para o quarto e comecei.me a despir logo a entrada do quarto. estava cansada, cheia de fome apesar de ter comido o gelado e so me queria deitar. mal fiquei em lingerie, atirei.me para a cama, ficando deitada de atravessado, adormecendo mal toquei na cama

Já era de noite quando por fim voltei para o quarto, tinha jantado qualquer coisa por aí e como não me apetecia fazer mais nada voltei ao quarto. Abri a porta e revirei os olhos quando vi a parva da Alice a dormir quase nua no meio da cama. - Estúpida. - resmunguei baixo e fui até à cama, despi as calças e a camisola e comecei a pô-la direita na cama, nem pensar que ia dormir no sofá. Mordi o lábio olhando para o seu corpo e abanei a cabeça. Meti-a direita e no lado dela da cama e depois deitei-me acabando por adormecer de seguida.

acordei e nao tava propriamente como me tinha deitado. estava novamente nos braços dele, ambos encostados um ao outro. fuck, o mikko tinha razao - kevin - resmunguei e tirei.lhe o braço de cima de mim - é sempre, todas as noites. podes parar de dormir com o braço em cima de mim ? - perguntei, enquanto me levantava

Acordei praticamente com os gritos dela, que nojo já nem sequer podia dormir em condições. Afastei o braço, aposto que era ela que agarrava no meu braço e o metia em cima dela. - Não tenho culpa estúpida. - resmunguei sentando-me na cama e esfregando os olhos. - És tu que te agarras toda a mim.

- eu acordei de costas para ti ! - resmunguei, passando as maos pelos cabelos - afasta.te, es tipo.. agarrado e ainda dizes que nao me queres - fui ate a casa de banho, batendo com a porta. isto nao ia ficar assim.

as coisas iam de mal a pior, cada vez discutiamos mais. cada vez nos evitavamos mais mas acordavamos sempre da mesma maneira o que gerava outra discussao. o meu humor nao era o melhor por comer pouco e nao fazer sexo e ele nao ajudava. era de noite e nao tinha vontade de fazer nada por isso deixei.me ficar no quarto a ver tv e acabei por adormecer

As coisas entre nós os dois em vez de melhorarem só ficavam cada vez pior, já não aguentava mais com ela sempre a melgar-me a cabeça. Eram discussões dia sim, dia sim e a toda a hora. Saí do quarto sem dizer nada, precisava de ir dar uma volta ou fazer porcaria ou qualquer coisa que me fizesse esquecer aquela parvalhona por um bocado que fosse.

Saí do colégio e quando dei por mim estava num pequeno beco, estava mais ao menos perdido ali no meio, ainda não conhecia muito bem a cidade mas sabia que não estava muito longe do colégio, afinal tinha chegado ali rápido. Abri a mochila que tinha trazido comigo e peguei nas latas de tinta que tinha na mesma, peguei numa ao acaso e comecei a fazer uns rabiscos naquelas velhas paredes, não faziam diferença nenhuma ali por isso estarem estragadas ou não era completamente indiferente.
- Que fazes aqui? - ouvi de repente uma voz grossa perguntar e quando me virei vi três homens a fazerem o género de uma barreira tapando-me a saída daquele beco.
- Nada. - respondi apenas deixando a lata cair no chão, peguei na minha mochila e comecei a andar na direcção deles, só poderia sair se passasse por eles.
- Nem penses nisso. - retorquiu o mais alto dos três e deu-me um pequeno empurrão fazendo-me vacilar e andar para trás. Estava sem paciência nenhuma para aquelas porcarias e queria sair dali o mais rápido possível, não pensei duas vezes e voltei a avançar na direcção deles. Espetei um soco na cara de um e quando me preparava para fazer o mesmo a outro senti alguma coisa espetar-se na zona da minha barriga. Levei rapidamente uma mão à mesma e os meus joelhos cederam fazendo-me cair no chão.
- Estás louco? Podes tê-lo matado! - tive a sensação de ouvir isto mas nem tinha a certeza, sentia umas dores imensas e que ia desmaiar a qualquer momento.
- Vamos bazar rápido! - gritou uma outra voz e no instante seguinte o silêncio tomou conta daquele lugar.

Levantei a cabeça não sei se muito ou pouco tempo depois, devia ter desmaiado... não tinha a certeza. Estava completamente confuso e as dores que sentia na zona da barriga eram insuportáveis. Sentei-me e olhei para a minha camisola que estava ensopada em sangue naquela zona toda. - Merda. - precisava de voltar ao quarto... Levantei-me com muitas dificuldades e quando consegui ficar em pé caminhei devagar para o colégio.
Cada vez as dores pioravam fazendo-me sentir pior, empurrei com força a porta do quarto quando lá cheguei e como estava escuro embati contra montes de coisas que me apareciam à frente até por fim conseguir entrar na casa de banho, acendi a luz da mesma e debrucei-me sobre o lavatório quando senti as minhas pernas quererem ceder de novo.

Estava a sonhar com ele, era querido e ate pareciamos realmente um casal. agarrei.me a almofada e aconcheguei.me, assustando.me quando ouvi um monte de barulho pelo quarto. acordei assustada e agarrei no candeeiro que estava ao meu lado. procurei por um ladrao mas o quarto estava uma bagunça e ninguem tava nele. levantei.me e comecei a ver tudo fora do lugar e a porta aberta. fechei a porta e comecei a arrumar as coisas quando ouvi barulho da casa de banho. evitei um grito, tapando a boca e fui pegar no meu telemovel, marcando o numero de mikko. se me acontecesse alguma coisa ele sabia.
Lentamente fui entrando na casa de banho ate que vi o Kevin debruçado no lavatorio com a mao no estomago. revirei os olhos. nao acreditava que ele tinha apanhado uma grande bebedeira e agora ia vomitar - ve la se nao vomitas no chao e para a proxima nao faças tanto barulho a entrar no quarto - resmunguei

Olhei para o espelho e estava cheio de medo de levantar a camisola e ver o que estava por baixo daquele sangue todo. Revirei os olhos quando ouvi barulho e depois a voz da Alice mesmo atrás de mim, só podia estar a gozar comigo a dizer aquelas porcarias. - Eu... - tentei falar mas parecia que as palavras não queriam sair, engoli em seco e pressionei mais a minha mão contra a barriga na esperança de que aquelas dores abrandassem um pouco. - A minha barriga... - foi a única coisa que consegui dizer antes de cair no chão já sem forças de novo.

afinal ele nao tava totalmente embriagado - kevin - aproximei.me dele rapidamente quando caiu no chao e virei.o, vendo a sua camisola ensaguentada - quem é que te fez isto ? - perguntei, desviando a sua camisola para ver o que se passava. tapei a boca com o choque e afastei.me - eu vou.te levar ao hospital - fui vestir a roupa rapidamente e voltei para junto dele - anda, vamos de carro - passei o corpo por baixo do seu braço e tentei levanta.lo mas ele era pesado - kevin, faz um esforço - pedi - tens de me ajudar - continuei a fazer força para conseguir com ele - vá, nao quero ficar viuva - disse e comecei a andar para fora do quarto. merda onde é que eu tinha posto as chaves do carro. quando finalmente chegamos ao parque do colegio, o que tinha demorado uma eternidade, destranquei.o e sentei.o no lugar do pendura - aguenta.te - pedi e sai dali a acelerar, quebrando todas as regras de transito

Não consegui responder quando ela me perguntou quem me fez aquilo e gemi de dores quando desviou a camisola e me viu a barriga, aquilo devia de estar com um aspeto horrível tal eram as dores que eu estava a sentir. Tentei fazer força e ajudá-la a conseguir levantar-me mas as minhas forças eram poucas ou mesmo nenhumas, depois de muito tempo lá acabamos por chegar ao carro. Encostei a cabeça para trás no assento e fechei os olhos com força. - Rápido... - pedi num murmurio, já não aguentava mais as dores e sentia que ia desmaiar a qualquer momento.

Assenti a sua resposta e ajudei.o a chegar ate ao carro, ele podia dizer que conseguia mas a sua careta cada vez que dava um passo, dizia exatamente o contrario. o caminho para casa foi mais calmo, nao exatamente com uma conduçao segura mas mais calmo. mal estacionamos no parque do colegio, ajudei.o de novo a chegar ao quarto. ajudei.o a deitar.se e depois afastei.me, indo buscar um copo com agua a casa de banho - toma os comprimidos - mandei e arrumei aquela confusao toda. despi.me e voltei a vestir a t-shirt que era o meu pijama - dorme, se precisares de alguma coisa eu tou aqui no sofá - avisei e peguei na minha almofada e numa manta

Lá chegámos ao colégio não muito tempo depois, deitei-me na cama e suspirei aliviado quando por fim me vi num sítio confortável e parecia que tudo o que tinha acontecida começava a desaparecer. - Obrigado. - agradeci quando ela me deu a água e tomei todos os comprimidos, pousei depois o copo e olhei para ela. - Podes dormir aqui também... - murmurei um pouco mais baixo, depois do que ela tinha feito por mim não era justo deixá-la a dormir no sofá.