Quarto do Bebé

- Não tens de ficar nervosa nem ansiosa - Disse-lhe. Se bem que nunca se sabia como depois decorreria a conversa. Acabei por me levantar e arrumar a cadeira onde me tinha sentado. Fui até à cozinha buscar algo para beber.

Ergui o sobrolho e permaneci calada. Ah, como é que eu não vou ficar nervosa ou ansiosa? Nem o tema da conversa sei! Preciso de me distrair. Levantei-me devagarinho e fui com Milo para a casa de banho. Fui buscar a banheira pequenina dele e dei-lhe um banhinho quentinho. O meu menino adora tomar banho! Depois disso arranjei-o e adormeci-o, deitando-o no berço. Sentei-me novamente no cadeirão e acabei por adormecer também.

Tinha-me distraído depois com o meu telemovel. Quando dei pelas horas estanhei ainda não ter visto Felice. Subi para a ir procurar e dei com ela adormecida. Sorri e aproximei-me - Amor... - chamei - acorda... vai dormir para a cama.

Resmunguei qualquer coisa baixinho e abri os olhos devagarinho -Hmm, o quê? - Perguntei, olhando para os lados, e só depois é que dei com Mikko mesmo ali. Sorri, entretida com a minha própria figura e encolhi os ombros - Não é preciso amor - Afirmei, aconchegando-me melhor ali.

- É sim. Aí vais ficar com dores nas costas. Para além disso se fores para a cama eu vou contigo... - Era a minha maneira de a aliciar.

Suspirei e abanei a cabeça, começando a levantar-me - Só vou porque tu és chato. E muito bonito. E irresistível - Falei baixinho, ainda ensonada. Cocei a cabeça, bocejei e fui então andando para o nosso quarto.

Subi as escadas com Milo adormecido nos meus braços. Quando entrei no quarto do pequeno, este acordou. Decidi não o pôr no berço e embalá-lo nos meus braços.

Assim que estava tudo tratado, procurei por Mikko. Encontrei-o rapidamente, no quarto do nosso bebé - Acordou, amor? - Perguntei baixinho, entrando devagarinho.

Assenti para Felice quando ela fez a pergunta - Sim, há pouco tempo. Não creio que vá adormecer tão depressa - Milo estava tão desperto.

- Senta ali amor - Pedi baixinho, e aproximei-me dele assim que se sentou no cadeirão. Peguei no menino ao colo, e depois sentei-me no colo de Mikko, de lado - Com que então o menino já não vai dormir mais, não é? - Perguntei de olhos semicerrados, rindo depois baixinho. Milo estou as mãos para o pai, tocando no seu rosto ao de leve e acariciando-o com os seus dedinhos. Estava tão atento ao pai como se quisesse perceber o que é que ele tinha

Eu apreciava bastante aqueles nossos momentos em família. Uma mão minha acariciava as costas de Felice a outra pousou na mãozinha de Milo que estava na minha cara. - agora está tudo bem, pequenino.

Eu sorri docemente ao vê-los aos dois tão queridos. - A mãe e o pai estão aqui, não vai acontecer nada bebé - Disse baixinho, deixando-o sentado na minha perna, segurando-o bem - O pai é tudo poderoso e mauzão sabes, ele afugenta os homens maus e não deixa que ninguém nos faça mal - Disse baixinho, dando-lhe um beijinho na bochecha.

Ri-me perante a descrição que Felice me deu. Olhei-a com um ar mais sério, depois.
- Queres ir passar a noite fora de casa? É pouco provavel que o ladrão volte mas...

Mordi o lábio ao ouvir Mikko e encarei-o de imediato. - Quero... - Disse baixinho, encostando-me depois melhor a ele, pousando a cabeça no seu ombro - Temos mesmo de tratar de pôr um alarme... Não estava nada à espera que uma coisa destas nos acontecesse. Muito menos estando todos em casa

Pois nem eu nem ela esperávamos um assalto assim. - Vou contactar agora mesmo uma equipa para vir instalar o alarme amanhã de manhã. - Disse-lhe - Se vamos dormir para o hotel, prepara aquilo que quiseres levar e do Milo também.

- Obrigado amor - Disse baixinho, acariciando-o - Sim, eu farei isso. Uma mala chega bem. Eu não preciso de muita roupa, preciso é mais de colocar roupa e fraldas para o menino à cautela - Sorri ao olhar para o menino e depois tentei relaxar um pouco - Estás mesmo bem, amor?

- Se precisares de ajuda com alguma coisa, diz-me. Eu vou fazer umas chamadas - Eu estava bem, apenas preocupado com ela e com Milo. - Sim, amor. Claro.

Levantei-me devagarinho, com o bebé no meu colo e olhei-o - Não é preciso amor, eu consigo fazer a mala sozinha. Estás mesmo amor? Oh, tive tanto medo... Ele podia ter-te batido ou assim - Disse baixinho, aconchegando o bebé nos meus braços.

Olhei para Felice e dirigi-lhe um sorriso tranquilizador.
- Estou mesmo, princesa. Aquele idiota não me ia fazer nada. Estava era em maus lençóis se eu tivesse posto as mãos em cima dele.

Fiquei a olhar para ele e mordi o interior da bochecha. - Fico feliz por namorar com um jeitoso que me sabe defender na perfeição - Ri baixinho e segurei Milo apenas com um braço. Com a mão livre, atirei-lhe um beijo - Se precisares de alguma coisa chama-me amor, estou ali ao lado no nosso quarto - Informei, indo então com o bebé.

Se a soubesse defender, nem nos tinham assaltado em primeiro lugar. Mantive esse pensamento para mim mesmo. - Ok bebé. Eu vou ficar aqui - Sorri

Depois de arrumar tudo em duas malas, voltei para o quarto do bebé, onde ainda estava Mikko. Ao ver que ainda estava ao telemóvel, tentei fazer pouco barulho. Passeei com Milo pelo quarto enquanto ainda o tinha nos braços. Apesar de estar a dormir, parecia estar a ter um pesadelo.

Terminei com as chamadas. Já tínhamos uma suite reservada no hotel da cidade. Era mais simples ir passar lá a noite do que em casa da minha mãe, onde sabia que ela ia fazer imensas perguntas e ficar preocupada. - Estamos prontos para ir ? - perguntei, encarando Felice.

Assenti enquanto embalava o bebé com cuidado e depois olhei Mikko - Sim amor, estamos prontos. Acho que ele não tarda vai acordar a chorar, parece que está a ter um pesadelo - Murmurei, sorrindo ao vê-lo a começar a fazer beicinho, mas mesmo assim continuava a dormir. - Oin, não chora bebé, está tudo bem - Murmurei, passeando com ele de um lado para o outro - Levas as malas amor?

Aproximei-me e observeis raramente o nosso pequeno rebento. Milo parecia, realmente, perturbado e como pai, gostava de poder fazer alguma coisa. O melhor era sairmos de casa.
- Sim, claro - As malas não eram muitas, eu dava excelente conta do recado - Vamos.