Hospital

Estava mais uma vez prestes a entrar em histeria. Porquê que não me diziam nada sobre a Felice? Já se tinham passado duas horas e não me diziam nada! - O que se passa com a minha namorada?! - perguntava às enfermeiras quando elas saíam do quarto. Só recebia o tratamento do silêncio.

Eu não conseguia falar muito bem e sentia-me arrasada. Nem sei se se tinham apercebido que tinha acordado. Voltei a adormecer, mas foi por pouco tempo. Quando abri os olhos, cerca de meia hora depois, não só estavam as duas enfermeiras e a médica, como também um polícia. Eu fiquei bastante assustada. A minha respiração estava ligeiramente acelerada. Tentei sentar-me e a médica aproximou-se de mim, dizendo-me para manter a calma. O polícia e a médica falavam qualquer coisa mas eu estava meio a dormir e não entendi bem o que era. Voltei a fechar os olhos. Abri-os rapidamente, acordando sobressaltada ao ouvir o meu pai furioso. Ao verem-me assustada, as enfermeiras vieram para perto de mim e tentaram acalmar-me - O meu namorado, por favor deixem-no entrar - Pedinchei, assustada. Vi entretanto Mikko entrar, que parecia confuso e não perceber o que se passava. Só percebi o meu pai a dizer que mandava a enfermeira para a cadeia. Eu continuava muito assustada e confusa

Eu não conseguia fazer nada. Contudo o pai dela fartou-se daquele circo e desapareceu. Algum tempo mais tarde eu já pude entrar no quarto. Fui direto para ao pé de Felly, ignorando a confusão que se estava a passar naquele quarto. - Estás bem amor? O que se passa aqui?

- Eu não sei amor, eu ainda não percebi nada.. Eu desmaiei e desde aí tenho estado a acordar e a adormecer, como se estivesse tipo sedada ou assim.. - Murmurei, olhando-o assustada
- Isso é porque estava sedada, Felice. Uma enfermeira enganou-se no medicamento, e injectou-lhe um que não era para si. Por isso é que se começou a sentir mal. E o seu pai, quando lhe contámos, ficou extremamente irritado e chamou a polícia - Explicou de imediato a médica que entretanto entrou. Eu deixei de imediato de pensar em mim. Só pensava no meu filho. Será que ele está bem? É que com tanta incompetência, já nem sei se ficamos bem aqui ou não!

A minha fúria também despertou. Como é que se atreviam a ser tão incompetentes com a minha namorada? - E está tudo bem agora? Quero dizer, a substância vai deixar de prejudicar a Felice?

- Sim, Felice está bem agora. Tivemos de a sedar porque entretanto ia certamente começar a sentir-se pior, como se tivesse o corpo a arder por dentro. Felizmente eu apercebi-me a tempo daquele frasco e agi de imediato. Agora está a salvo. A enfermeira foi levada para a esquadra - Informou, apontado para o frasco que continha ainda um pouco de líquido lá dentro. Olhei para Mikko e mordi o lábio. Esperei que a médica saísse e falei depois - Tens de ir ver se o bebé está bem amor, por favor

Só pesadelos atrás de pesadelos.
- Querida, tenho a certeza que o Milo está bem. Não é a mesma enfermeira a cuidar dele nem lhe são injectados medicamentos - assegurei.

- Ai amor eu sei lá eu já nem me apetece estar mais aqui - Confessei-lhe meio quase a chorar. Sentei-me melhor na cama e aproximei-me mais da beira da mesma - Eu quero ir ver o menino amor - Disse baixinho, tentando sair da cama

Beijei o topo da sua cabeça, na tentativa de a acalmar - Já passou agora, princesa - Eu também tinha vontade mas não sabia se podíamos - deixa-me ir ver se podemos ir. Já volto - e saí do quarto.

Mordi o lábio quando me beijou o todo da cabeça e tentei não chorar. Assenti e esperei que voltasse. Enquanto isso, deixei-me ficar sentada na beira da cama, com as pernas de fora. Eu não me ia atrever a pôr de pé, porque sei que se o fizer, caio logo a seguir no chão

Tive de debater um pouco com a médica para conseguir autorização. Demorou mas consegui. Quando regressei ao quarto, trazia a cadeira de rodas - Vamos lá ver o Milo. - disse com um sorriso.

- Oh, graças a Deus - Disse de imediato, respirando fundo. Esperei que ele se aproximasse de mim e fui para a cadeira de rodas com a sua ajuda. Rapidamente fomos ter com Milo. Respirei fundo, bastante aliviada, ao ver que o nosso filho estava bem - Ai, ainda bem.. - Murmurei aliviada

Consegui perceber que o simples facto de estar ao pé do bebé fez com que Felice ficasse muito mais tranquila e calma. - Vês, está tudo bem agora.

- Ainda bem amor.. - Afirmei, sorrindo ao ver o bebé. Peguei na mão de Mikko e sorri ao ver que o bebé estava a mexer a sua mãozinha.

Cerca de um mês passou, e tanto eu como Milo permanecemos no hospital esse tempo todo. Ele até atingir o peso necessário, e eu por causa de fazer exames quase todos os dias, devido ao perigo do tumor voltar. Mas felizmente está tudo bem. Eu não tenho nada, e Milo já atingiu o peso pretendido. Eu perdi algum peso, mas depois recupero. Hoje é um bom dia, porque vamos para a nossa casa. Temos tudo preparado, e já nos deram alta. Mas antes, eu tinha de dar de mamar a Milo, pois ele está cheio de fome! Ainda no quarto, pus-me a jeito e peguei nele ao colo. Pouco depois já estava a mamar. Mikko olhava-o sorridente - Esfomeado! - Comentei baixinho na brincadeira

Tive que me rir com aquilo - Sai ao pai, mais uma vez - Confirmei se já estava tudo pronto para que eles os dois fossem para casa. No último mês não tinha sido nada agradável dormir naquela casa nova sozinho, mesmo passando a maior parte do meu tempo com eles os dois no hospital.

Cerca de meia hora depois, Milo já tinha mamado e até arrotado - Com licença! - Disse-lhe num tom de brincadeira. Peguei-o melhor ao colo e dei-lhe um beijinho na bochecha - Queres ir ao papá? Para ele te pôr na cadeirinha? Vamos embora para a nossa casa! - Disse bastante entusiasmada, levantando-me devagar

Recebi Milo quando Felice mo passou. Sorri para o bebé que estava agora diferente, mas ainda pequenino para o normal. Mantive-me ao lado de Felice e caminhámos lado a lado até ao estacionamento.

Ajudei Mikko a pôr a cadeirinha no carro e depois sentei-me atrás, ao lado do bebé para me certificar que ele estava sempre bem. Esperei que Mikko fosse para o seu lugar, e quando estava tudo a postos, fomos então para casa.

encerrado.

Abanei a cabeça e sentei-me no sofá à beira da cama.
- Sou azarento. - comentei. - E dou azar.


Não faço ideia

Suspirei.
- Deixa de ser teimosa, se faz favor. - disse baixo. - Porque tenho, Mailys.