Baixa da Cidade

Assim que saí do colégio, segui para a baixa da cidade. Não é que eu soubesse propriamente onde ficava, mas eu havia de lá chegar. Depois de pedir indicações a um senhor que encontrara na rua, segui sempre em frente e ali estava eu, na baixa. Olhei em volta, tentando avistar o professorzinho e acabei por me sentar num dos bancos que lá havia.

Voltei a olhar em volta já a ficar impaciente e dei graças a Deus quando a vi sentada num banco não muito longe de onde eu estava. Fui sentar-me disfarçadamente ao seu lado e olhei-a.
-Como foi o banho com as meninas? - perguntei num tom provocador.

Já estava a ficar um bocado farta de esperar, ele nunca mais chegava, só esperava que não me tivesse a dar nenhuma tampa. Dei um pequeno salto assim que ouvi uma voz ao meu lado e assim que olhei para o lado, vi que era o professorzinho. Revirei os olhos ao ouvi-lo, mas acabei por encolher os ombros.
- Melhor do que a nossa noite.- disse baixo.- mas isso também não era muito complicado.- disse no gozo.

Soltei uma gargalhada com o que ela disse. Eu sabia que ela só estava a dizer aquilo para me irritar, porque tinha-se visto bem que ela tinha gostado. Mas mesmo que fosse verdade, hoje ou noutro dia eu ia mostrar-lhe.
-Assim vou mostrar-te de dia - levantei-me, eu tinha sempre medo que estivesse ali alguém conhecido por isso nem me ia aproximar muito dela.

Mordi o meu lábio inferior para não me rir quando o ouvi fazer o mesmo e tentei manter a minha postura séria.
- É uma coisa séria, devias preocupar-te.- continuei a gozar e quando o vi levantar-se, fiz o mesmo, percebendo que era para segui-lo.- vais mostrar-me as tuas capacidades desconhecidas é? - perguntei num tomzinho provocador, andando ao seu lado, o suficientemente afastada.

Olhei no hotel à nossa frente e olhei para trás, para ela fazendo um sorriso provocador, não reagindo às suas provocações.
-Nunca vais descobrir as minhas capacidades desconhecidas, posso mostrar-te as minhas capacidades já descobertas por algumas pessoas - disse entrando no hotel.

Levantei as minhas sobrancelhas ao ouvi-lo falar e acabei mesmo por soltar uma risada, abanando a cabeça afirmativamente.
- Mal posso esperar para ver.- afirmei, entrando no hotel ao seu lado.- vai ser preciso entrarmos em separado ou podemos pararde brincar ao 007?

Olhei-a de sobrolho levantado quando ela perguntou e era para entrar em separado.
-Eu não disse para esperares aí pois não? - perguntei-lhe puxando-a pela mão para que viesse comigo - preciso de andar agarrado a ti é? - gozei.

Assim que lá chegámos, sentei-me num dos bancos, à sombra, para o bebé não apanhar muito sol - Vês filhote, foi aqui que o pai ofereceu umas lindas rosas à mãe.. O pai de vez em quando dá umas coisinhas à mãe que ela gosta muito - Falava com ele baixinho, aconchegando-o

Sorri ao ouvi-la dizer aquilo. Já tinha ideias para o seu próximo presente e tudo - é, o pai às vezes consegue ser um fofo.

- Ah e também me deu o colar lindo que a mãe tem ao pescoço.. - Disse toda contente, sussurrando depois - Quando será que o papá vai dar outra prenda à mãe? Hmm.. - Murmurei, rindo baixinho depois. Sentei o bebé na minha perna, segurando-o com cuidado

Sorri misteriosamente, sem revelar as minhas intenções de lhe comprar um presente brevemente - Já queres outro presente? Sais-me cara - brinquei.

- Não falei em despesa nenhuma! Para mim até um beijo ou um abraço na hora certa são presentes! - Comentei divertida, brincando com o bebé - Adoro ouvi-lo a rir, é tão querido!

- Mas isso eu dou sempre...
Sorri, em concordância - Nós criamos o ser mais perfeito do mundo.

Fiz cóceguinhas ao bebé e dei-lhe beijinhos depois. Quando o vi a esticar os braços para o pai, passei-o para Mikko - Pronto, parece que alguém quer ter conversas de homem para homem.. - Disse na brincadeira e suspirei, olhando depois em redor

Peguei em Milo e balancei-o um bocadinho.
- isso só vai acontecer daqui a alguns anos... espero eu - ri-me - podes crer que lhe vou ensinar todos os truques para ser um Don Juan.

- Ui, está-se mesmo a ver... - Ajeitei a minha voz, tentando imitar a de Mikko, assim como o seu olhar naturalmente sedutor e o seu sorriso traquina - Filho, tens de agarrar as moças pela mão ou pelo braço, e puxá-las assim com alguma força mas delicadamente contra o teu corpo! Elas adoram essas coisas - Imitei-o, rindo depois

- Conquistou-te a ti, não foi ? - disse para ela, num tom divertido. - Essa vai ser apenas uma de tantas dicas. O nosso filho vai ser um quebra-corações.

- Foi uma das coisas que me conquistou, sim - Murmurei - Oh sim, tal como o teu pai era! - Sorri divertida, calando-me e ficando um pouco séria ao recordar do momento em que apanhei Mikko com outra. Ajeitei o cabelo e disfarcei

Percebi a mudança na sua expressão - exactamente como disseste, amor. Eu fui um quebra-corações, já não sou. Agora só quero estar contigo.

Sorri levemente e abanei a cabeça. Aquelas imagens na minha cabeça, sempre foram como um pesadelo que por mais que eu o queira esquecer, não consigo. Suspirei e encostei a minha cabeça ao seu ombro, olhando o bebé.

Não queria que ela fosse insegura a meu respeito. Apesar de ter razões para isso, eu fora mesmo um idiota de primeira até admitir que gostava dela. - amo-te Felly.

Sorri abertamente e mordi o lábio discretamente. Levantei a cabeça e olhei-o com o sorriso mais doce de sempre - Também te amo Mikko, meu amor.. - Afirmei feliz, beijando-o depois

Beijei-a apaixonadamente. Não queria que ela tivesse dúvida do meu amor.
- Queres ir para casa?

- Sim.. Quero ir para casa amor.. Para começar a tratar da roupa que tenho lá para lavar e para começar a preparar um jantar delicioso para o meu homem - Disse num tom carinhoso, roubando-lhe mais um beijinho