Quarto de Mikko & Felice

Abracei-a fortemente, também eu a recuperar o fôlego. Ali estava um pouco do antigo Mikko. Afastei o cabelo dela de modo a poder ver-lhe a cara. Inclinei-me sobre ela e murmurei, olhando-a - Nunca te esqueças que te amo.

As suas palavras fizeram-me sorrir de imediato. Já não ouvia coisa parecia há... Não sei quanto tempo. Abracei-o com carinho e encostei a minha testa à sua - E tu também não te esqueças que te amo, Mikko - Afirmei, ainda sorridente. Beijei-o mais uma vez de forma apaixonada. Não queria sair dali, queria ficar agarradinha a ele.

Sorri apenas. Deitei-me atrás dela e fizemos conchinha. Preferia que o dia acabasse desta forma do que com discussões.

Não me poderia sentir melhor naquele momento. Quando pensei que íamos discutir até mais não, tínhamos acabado por fazer o oposto. Mantive-me bem juntinha a ele e acabei por adormecer pouco tempo depois de nos termos deitado. Estava realmente exausta, e nem sabia como ainda tinha tido forças para o que tínhamos acabado de fazer.
Dormi toda a noite e só acordei assim que ouvi o barulho irritante do despertador.

Eu também acordei com o despertador. Tinha de ir trabalhar e não me podia atrasar, por muito que preferisse ficar na cama. Levantei-me e olhei para Felice. Depois fui tomar um duche.

Acabei por esfregar os olhos e levantar-me quando ele já estava a tomar o seu banho rápido. Acabei por lhe tirar um dos fatos, uma camisa e uma gravata, colocando toda a sua roupa em cima da cama para que ele vestisse quando chegasse do banho. Acabei por vestir o meu robe de ceda e quando o vi fui-lhe dar um beijinho rápido - Bom dia... O que queres comer, amor? - Perguntei, já a andar para a porta.

Depois do banho vi logo as roupas escolhidas e agradecia-a por isso. Vesti logo e fiquei aprumado, com uma ar bastante empresarial. - Tostas e café, apenas. Obrigada amor. Já lá vou ter contigo.

Fiquei feita parva a olhar para ele enquanto se vestia, mordiscando o lábio completamente distraída. Acabei por acordar dos meus devaneios quando ouvi a sua resposta e assenti-lhe. - Claro amor. Não tens de agradecer - Sorri-lhe e saí então do quarto, indo de imediato para a cozinha preparar-lhe o pequeno-almoço.

Encerrado.

Algumas semanas depois...

Mais uma manhã. Mais um dia de trabalho. Olhei para o despertador - Merda - Levantei-me apressadamente. Ia chegar atrasado e isso não podia ser! Tinha-me descuidado depois da noite longa que tinha tido com Felice. Depois de mais uma das nossas discussões (que se tornavam frequentes) seguia-se sempre sexo selvagem de reconciliação. Não que eu me queixasse, nunca me queixaria por causa do sexo. Era isso e trabalho, as duas coisas que preenchiam a minha cabeça.
Fui tomar banho, vesti-me e quando saí ouvi o choro de Milo mas já não tinha tempo. Tinha de sair de casa. Abanei Felly para que acordasse - O bebé está a chorar. Tenho de ir - Disse e saí apressadamente de casa.

Acordei repentinamente por causa de Mikko que me abanava e respirei fundo. Mal olhei para ele, uma vez que quando consegui ver bem já ele tinha saído de casa - A mãe já vai amor! - Falei alto, como se Milo realmente me percebesse, e aprecei-me a sair da cama. Vesti o meu robe pelo caminho e assim que cheguei ao seu quarto e peguei nele, estava a arder em febre, chorava que se fartava, e estava vermelhíssimo - Ai, amor... Pronto a mãe está aqui - Tentei acalmá-lo, dar-lhe de comer, dar-lhe a medicação que já tinha sido receitada pelo médico, mas nem isso fazia efeito. Milo fazia algumas pausas no choro por estar cansado, mas assim que se achava capaz retornava ao mesmo. Acabei por decidir levá-lo ao médico, e não ia simplesmente ao centro de saúde mas sim ao hospital. Estava a disposta a entrar pelas urgências e armar o barraco caso não nos atendessem de imediato.
Levei menos de dois minutos a vestir-me e a calçar-me, peguei na mala com os meus pertences e a documentação de ambos, e fui para o nosso carro. Coloquei o menino na cadeira, e pelo caminho liguei para a minha sogra, informando-a que ia a caminho do hospital com o seu neto. Como sempre, a dona Grace disponibilizou-se de imediato, e prometeu-me que iria lá ter assim que pudesse.
Com sorte fomos atendidos de imediato, mas infelizmente não haviam más notícias. Só más. Milo estava realmente doente, e teria de ficar internado no hospital para ser observado, se possível de hora a hora. Se não melhorasse com a medicação e o passar do tempo, o nosso menino teria de ser operado. Destroçada com tais notícias, decidi ligar ao pai de Milo e contar-lhe as péssimas notícias.
Mikko fora muito arrogante, dizendo que não podia ir por estar com muito trabalho e ter reuniões. E, mais uma vez, houve uma discussão feia. No final da mesma, Mikko ainda disse que ia tentar ir lá no final do dia, mas isso não aconteceu. Milo passou o dia inteiro, e a noite (quando acordava) a chamar pelo pai, que não aparecia.
Eu tinha passado uma noite inteira acordada, e estava cansada das idiotices de Mikko. Pior que zangada com as atitudes dele, tomei uma decisão. Pedi que Grace viesse mais cedo, para ficar ao lado de Milo enquanto eu ia falar com o pai dele. Assim que ela chegou, fui para o College. Nem a subornar a secretária consegui entrar, portanto tomei medidas mais drásticas e entrei pelo escritório dele adentro.

Encerrado.

O dia do grande evento dos Sullivan tinha finalmente chegado. Apesar de sermos só três, parecíamos três baratas tontas a quererem a estar prontas a tempo. Felizmente, Mikko e Milo estavam já arranjados, e agora só falto eu. Milo anda contente de um lado para o outro, felicíssimo por estar com uma roupa idêntica à do pai. Sente-se como se fosse um homem grande, e até se tenta comportar como um. Já Mikko... Não está nada contente. Não por causa da roupa que tem vestida, mas sim pelo evento que é.
Ele já tinha avisado que não queria ir, mas eu mesmo assim insisti e convenci-o que desta vez seria diferente. E quando ele me visse arranjada até se ia esquecer para onde realmente vai. Não só escolhi e comprei o meu vestido, como tratei da minha maquilhagem, cabelo, acessórios e calçado. Tinha tratado de tudo sozinha, e só uma pessoa é que tinha visto a indumentária: a mãe de Mikko.
Mal terminei abri a porta da casa de banho e voltei para o quarto. Tossi propositadamente para obter alguma atenção dos dois meninos e sorri, fazendo uma pequena pose.
- Então, que tal estou?

Aquele dia nunca fora anda de importante na minha agenda pessoal. Sabia como era a minha mãe e os seus eventos. Uma autêntica seca. Se este ano ia, era por insistência dela e pelo entusiasmo de Felice. Depois de semanas no hospital, ela tinha de espairecer e divertir-se (algo que eu duvidava que conseguisse fazer naquela festa).
Já estava com Milo. Estávamos muito idênticos, via-se mesmo que aquele miúdo adorável era meu filho. Estávamos na cama já a fazer caretas por estarmos à espera da mamã, como Milo dizia. E então Felly apareceu e o meu queixo abriu-se até ao chão. Acho que pisquei os olhos várias vezes - Felly? Eh lá... - A minha ereção foi instantânea. Ela estava tão linda e sexy. E o melhor de tudo era que via no seu olhar que estava feliz - Vais dar-me uma carga de trabalho esta noite, não há homem nenhum que passará indiferente.
- Estás 'nita mamã! - disse o pequeno.

eh lá a duplicar → como é que é isto? tenho 3 capítulos para ler em menos de uma semana? está para cair algum santo do altar, nessie? xD

- Mikkinho, acalma-te meu querido - Murmurei entre dentes, mantendo o sorriso Na realidade eu não estava a falar para Mikko em si, e ele tinha percebido isso. Aquele sorrisinho que se foi formando não enganava ninguém. Aproximei-me dos dois e peguei em Milo ao colo. Tecnicamente eu não devia de fazer isto, mas... É o meu menino...
- Obrigado meu amor, tu também estás muito bonito! - Aconcheguei a minha bochecha à sua e dei-lhe um beijinho carinhoso. Era um daqueles abençoados batons que não saía com um mero beijinho na bochecha.
- Estão prontos? Não podemos chegar atrasados amor, já sabes... - Suspirei e ergui o sobrolho quando ouvi uma buzina. Aproximei-me da janela e arregalei os olhos - Ai vamos de limusina??? - Ah, grande dona Grace...

Ahaha xD Sabes como é, a Nessie gosta de se desafiar a ela mesma e está a tentar escrever e publicar um capítulo por dia... Até agora está a correr bem, vamos lá ver por quanto mais tempo é que isto se aguenta de pé xD

Quando ela pegou em Milo ao colo, fiz-lhe uma careta. Fiquei atento para caso acontecesse alguma coisa. Quando a buzina tocou, aproximei-me da janela e vi uma limusina branca na frente da nossa casa. Revirei os olhos, divertido - A minha mãe não tem limites - Referi e ri-me. - Deixa-me levar o Milo. Tu levas a tua mala e um casaco. Não quero que apanhes frio.

meu gusta *.*

Não sei se é só pelas roupas idênticas ou se é por algo mais, mas assim que Milo percebia que tinha mais uma oportunidade de ficar muito perto do pai, quase que saltava de alegria. Talvez por causa de terem estado tão afastados um do outro nos últimos tempos. Sorri ao pequenino e deixei então que Mikko pegasse nele. Assenti ao meu marido e fui pegar na minha pochette, e num casaco que eu tinha comprado para o caso de ter frio.
Vá lá, ainda penso em condições.
- Sim, chefe! - Disse-lhe, na brincadeira. Assim que tinha tudo o que precisava na minha posse, dirigi-me até á porta do quarto. Abri-a e esperei que eles saíssem - Vá, andem lá garanhões!

Ainda beeem *-*

Depois de todos prontos, saímos de casa e entrámos naquela absurdamente grande limusine. Eu teria preferido o meu Ferrari...que já não existia. Pois. Tentei não pensar nisso.
- Boa noite, mãe - Disse ao entrarmos na limusine e vendo-a ali toda bonita.
Dali seguimos para o local onde ia ser a festa.

Acordei assim que ouvi a sua voz, chamando por mim. Levantei-me o mais depressa que pude e abracei-o. - Eu estava tão preocupada contigo, amor. - Murmurei enquanto tinha o meu rosto escondido no seu pescoço. Não lhe ia contar sobre a conversa com a sua mãe pois sabia que ele provavelmente não iria querer ouvir mais nada sobre aquilo. - Como estás, amor? - Questionei, desta vez encarando-o e acariciando-lhe o rosto.

Segurei-me ao seu braço e caminhei até à cama, sentando-me nesta assim que consegui. - Onde estavas amor? Eu fiquei tão preocupada... Comecei a pensar que te tinha acontecido alguma coisa. Só não te liguei porque sabia que não querias que o fizesse... - Falei-lhe baixinho, acariciando-lhe as mãos. Oh, eu adorava poder resolver este problema... E mesmo não querendo fazer pergunta nenhuma, eu tinha de fazer aquela. - É verdade? - Questionei baixinho, quase num sussurro, por saber que não devia de falar daquilo.

Despi o resto da minha roupa até ficar somente de boxers. Depois reclinei-me para trás e encarei-a. - Sim, é verdade. O Monroe é meu pai - E o resto também tinha sido verdade, mais ou menos. A minha mão tinha uma versão diferente mas eu não acreditava.

- Cruzes canhoto... - Murmurei para mim mesma enquanto me deitava. O meu ex-noivo é irmão do meu atual namorado. É meu cunhado. O meu ex-sogro é o meu sogro atual! Que raios? Respirei fundo e deitei-me aos poucos, acariciando o meu ventre. - Lamento que estejas a passar por isto, amor... Se eu pudesse ajudar de alguma forma... Se eu puder fazer algo...

O dia tinha trazido revelações surpreendentes. Revelações com as quais eu ainda estava a tentar lidar e a tentar decidir o que fazer em relação. - Fica apenas do meu lado, meu amor. Isso já serve - Fi-la saber e de seguida procurei os seus lábios que eram como um refúgio para mim.

- Isso eu sei fazer na perfeição, amor. - Sorri-lhe docemente e aceitei os seus beijos de bom agrado, correspondendo com todo o amor e carinho. Abracei-o com cuidado e comecei a mimá-lo, tal como ele faz comigo sempre que eu me sinto mais cansada ou estou mais em baixo. - Amanhã vais trabalhar, amor?

A calma que Felice me transmitia era precisamente o que eu precisava. Assenti com a cabeça - Sim, vou trabalhar - Precisava de me distrair. Ficar em casa de nada ia adiantar. - De nada serve ficar em casa a cismar no assunto. Para além disso, a minha mãe é capaz de aparecer e eu não quero falar com ela.