Quarto de Mikko & Felice

Compreendia-o perfeitamente, por isso não ia sequer refilar com ele quanto a isso. - Hmm... E se for eu a fazer-te uma visita lá no trabalho, amor? Assim até te ajudo a ter mais energias para continuar a trabalhar. Dou-te uns miminhos, umas beijocas.. - Sorria, voltando a beijá-lo com afinco. - Mas só se puderes, claro. Eu ligo-te antes de ir, amor.

Encolhi os ombros - Claro - Neste momento, não estava a conseguir planear nada - Devíamos dormir.  - Lembrei, sabendo que já era bastante tarde. Eu tinha de acordar dali a poucas horas e ela tinha de descansar, também.

Acariciei a sua face e assenti-lhe. - Claro, amor... - Murmurei, acariciando a minha barriguinha com a outra mão. Respirei fundo duas ou três vezes e fechei os olhos, aconchegando-me a ele. Fiquei de costas para ele, deixando que se abraçasse a mim. Continuei a massajar a minha barriguinha e olhei-o pelo canto do olho. - Dorme bem meu amor.

Depois do beijo tão amoroso que trocámos, fiquei a ver o meu namorado a dormir por alguns minutos. Eu estava extremamente cansada e a precisar de dormir com uma certa urgência, mas tinha uma pequena dor no ventre que não me permitia fazê-lo. Ao fim de uma dúzia de minutoa a dor diminuiu e desapareceu, permitindo-me dormir finalmente.
Naquela manhã, eu acordei mais enjoada que nunca. Assim que despertei fui obrigada a levantar-me de súbito, o que piorou a situação, e correr literalmente para a casa de banho. Porque é que isto acontece? É a segunda gravidez e eu continuo sem entender o porquê de estas coisas acontecerem. Mal terminei tudo o que tinha a fazer, incluindo a higiene pessoal matinal, regressei ao quarto ainda meio ensonada. Julgava que Mikko estava na cama, mas não. Por breves momentos o meu coração estava mais acelerado do que o costume.. Até eu encontrar um bilhete dele a informar que tinha ido correr. Respirei de alívio e comecei então o meu dia.

Estava agora na cozinha a tratar do pequeno-almoço. O dia mal tinha começadp e já estava a ser muito complicado para mim. Cozonhava (o pequeno-almoço favorito de Mikko) com um Milo rabugento ao colo, outra dor nada agradável no ventre e enjoada como tudo. Estar a cozinhar e levar com todos aqueles cheiros só estava a piorar tudo. Ouvi entretanto a porta de entrada mas não pude virar-me para trás e espreitar. - Amor, és tu? - Questionei alto, de maneira a ser ouvida.

Finalmente sós. Era assim que eu gostava. Pousei-a com toda a calma do mundo na nossa cama - talvez estejas a subestimar-me. eu tenho força. ainda vou poder fazer isto durante mais alguns meses... - respondi-lhe. Beijei-a lentamente para a distrair. Se ela não estivesse frágil, o que eu não fazia já de seguida... Mudei de pensamentos. Afastei-me e comecei a tirar as minhas roupas, ficando de boxers como habitualmente dormia. Preparei o despertador para cedo. - Estamos os dois a merecer uma bela noite de sono.

- Não estou, meu amor. Nunca subestimo o grande Mikko Sullivan. Mas quando eu estiver com uma barriga gigante e toda inchada, nem eu vou conseguir comigo mesma, quanto mais! - Gargalhei, abrindo os braços e as pernas como se estivesse a imitar uma estrela. Levantei a cabeça, fazendo um ligeiro assobio. - Gosto mais de ti assim. Agora despe-me, marido, porque eu estou com muita preguiça para tal. - Murmurei, abanando a cabeça entretanto. Não somos dois amor, somos quatro. Os nossos bebézinhos também precisam de descansar.

Eu já lhe tinha tirado a roupa muitas vezes. De seguida, seguirm-se sempre intensas sessoes de sexo. Havia uma parte do meu cérebro que ia sempre pensarNem nisso qundo estava assim tão proximo de Felice. Para bem da minha saude mental, tinha de acalmar essa parte de mim durante os pròximos meses.
Despi a minha mulher e, como sempre, maravilhei-me com o seu corpo perfeito -

Nem daqui por uns meses ficràs menos sexy ou bonita.

- Amor, eu vou estar gigante! - Comecei por dizer, num típico exagero de Felice Scorpius...-Sullivan. - Quer dizer, não gigante em altura. - Ri, encolhendo os ombros. Esperei que ele se deitasse e de seguida aconcheguei-me a ele. A sua mão pousou de imediato na minha barriga que para mim já parecia ser muito grande e eu sorri. Pousei a minha mão sobre a dele e acariciei-a. - Dois bebés... Sem querer acertaste, amor. Talvez até seja mesmp um casalinho. - Olhei-o e suspirei. - Então vamos mesmo contratar uma empregada, não é? Mas não pode ser nova nem jeitosa! - Avisei, fazendo beicinho.

- Vais estar gigante mais vais continuar adorável e linda aos meus olhos - Disso eu não tinha dúvidas algumas e também não queria que ela tivesse. Ia assegurar-me de que lhe diria todos os dias que era linda.
Deitei-me a seu lado e abracei-a quando se aconchegou a mim. Naquele preciso momento, ainda me estava a habituar à ideia. Vinham aí dois bebés. Dois. - Eu já devia estar com um feeling qualquer... e acertei. - Soltei uma gargalhada nervosa - Um casalinho não era nada mau. Tinhamos uma menina na mesma, como queriamos. Fazemos uma aposta? Achas que vão ser o quê? - Amanhã, esperançosamente, saberíamos. - Claro que sim. Já deviamos ter contratado uma, aliás. Mas tu és teimosa. Amanhã colocamos um anúncio. Não interessa se é nova e jeitosa, sabes? Eu não quero saber.

Depois de dois anos e tal, eu continuo a reagir da mesma maneira aos seus elogios. Da mesma maneira atrapalhada que daquela vez na piscina, onde nos beijámos pela primeira vez. Deixei o meu sorriso perdurar enquanto me recordava daquele momento, e depois suspirei. - Apostar? Não sei... Neste momento, estou confiante de que talvez será um casal. Mas nunca se sabe... Até podem ser só dois rapazes ou duas raparigas. - Ri baixinho e encolhi os ombros. - Mas quero saber eu. Estou muito grávida, não estou na disposição para ter de abater as gajas que te comem com os olhos. Não posso fazer esforços, o que significa que não posso andar a entrangulá-las e a mandá-las depois a um rio, sabes? É uma chatice. - Brinquei, gargalhando depois.
- Estou a ficar meio choné, já ando a dizer muita estupidez e este é só o quarto mês de gravidez. - Ri baixinho, abanando a cabeça. Quando acalmei, suspirei e olhei-o. - Desculpa as asneiras que eu faço e as minhas incertezas...

- Eu antes achava que ia ser um rapaz - Comecei por dizer. Pensei por momentos em qual era a minha intuição - Por isso acho que vão ser dois rapazes, na mesma. Era uma pena, adorava ter uma menina, ou duas... princesas como a mãe - Sorri completamente babado. - Mas se assim não for, é só mais uma motivação para depois dos gémeos voltarmos a tentar até termos uma - pisquei-lhe o olho. - Resta esperar até amanhã.
As preocupações dela em relação a uma empregada eram uma tolice - Sabes que uma velha também me pode galar, não sabes? Também me comem com os olhos.
Suspirei. O novo rumo da conversa trazia muita insegurança ao de cima - Não peças desculpa. Só não voltes a cometer os mesmos erros.

- Mais? Ai amor, tem calma! Ainda nem temos estes dois reguilas nos braços e já estás a pensar em ter o número quatro? - Ri baixinho e abanei a cabeça. Para quem, há uns anos atrás, não pensava em ter filhos... Agora já está a pensar no quarto! - E tu sabes que eu estou a brincar, não sabes? - Ri, baixinho. - Ok, ao início não estava, mas pronto. É tudo uma questão de confiança, e eu confio em ti meu amor. - Dei-lhe um beijinho na bochecha.
- Desculpa... Eu não sabia como te contar. Ainda por cima, entretanto meteu-se a situação do teu pai e irmão, e eu não tive coragem. - Encolhi os ombros e suspirei. - Mas agora já sabes, amor. Eu estou a tentar melhorar, vai passar em breve. Prometo. Não tarda aparecem os desejos e pronto. - Ri baixinho.
- Agora, tu já devias de estar a descansar, amor...

Parecia que estava já a pensar mais adiante. - Estou sim -  A verdade é que estava cada vez mais focada na nossa família e na minha relação com Felice. Se em tempos nunca quisera casar nem, muito menos, ter filhos, agora era precisamente o oposto. - Não sei se estavas realmente a brincar, mas fico contente que confies em mim. Não há mulher nenhuma que te faça sombra. 
- Já deviamos estar os dois a descansar mas estamos tagarelas - soltei uma gargalhada baixa - vamos dormir - anunciei e coloquei-nos numa posição mais aninhada. Pouco tempo depois fechei os olhos e adormeci.

A sua curta resposta de somente duas palavras fez-me sorrir. Nunca diria que, antes de mim, Mikko já estaria a pensar em mais um filho. Bem, as coisas estavam um pouco mudadas, nós também estávamos um pouco mudados. Ainda que para melhor, claro. Ou pelo menos assim creio. - É claro que confio em ti, amor. Já estamos juntos há tanto tempo... Se não tivéssemos confiança um no outro seria estranho. - Sorri-lhe e acabei por me rir baixinho também.
Por norma, sempre que chegávamos à cama no final do dia, ou fazíamos amor e ficávamos nos mimos até adormecer, ou então somente a última opção. E hoje, parecíamos duas marias que não se calavam. - Dorme bem, meu amor. - Murmurei, dando-lhe um beijinho de boas noites logo de seguida.
Creio que nenhum dos dois demorou a adormecer e, para nossa felicidade e sorte, Milo não acordou durante a noite. Era sempre bom quando ele era capaz de dormir uma noite inteira sem qualquer interrupção.
Mesmo assim, tinha acordado antes de Mikko. Ou melhor, antes do seu despertador soar. Levantei-me muito devagarinho e fui à casa de banho. Estranhamente, eu não estava mal disposta, e sim muito bem. Sorri por tal boa disposição e fiz a minha higiene pessoal. Regressei ao quarto precisamente no momento em que Mikko acordava e já me procurava, algo preocupado, com a mão. - Estou aqui amor. Em pé... - Completei, rindo baixinho. Aproximei-me da cama e deitei-me na mesma de novo, beijando-o apaixonadamente logo a seguir. - Bom dia, meu amor.

- Desculpa se te assustei, amor. - Comecei de imediato, acariciando o seu rosto. - Eu estava só na casa de banho, estamos bem. - Informei-o, num tom baixinho. - Pode parecer muito estranho, mas sinto-me maravilhosamente bem. Não tenho enjoos nem nada do género, sinto-me bem. - Afirmei, contente com a situação. Porém, não me posso esquecer que lá por me sentir bem que isso significa que possa andar a fazer esforços. Suspirei e dei-lhe mais um beijo. - Vai-te arranjar, amor. Eu vou preparar o pequeno-almoço.

Suspirei, frustrada. - Amor, eu não posso ficar na cama o dia todo. Eu vou ter de me levantar na mesma para fazer o pequeno-almoço para mim e para os pequenotes, tenho de tratar de nós quatro. - Por isso fazer para mais um não custa. - Encolhi os ombros e mordi o lábio quando ele me olhou, chateado. - Amor... Quando tivermos uma empregada eu juro que não faço nada disso. As coisas não se fazem sozinhas amor, tu sabes... - Murmurei, desviando o olhar. - Até posso colocar o anúncio depois de comer e de nos arranjarmos.

- Eu sei. Tens de te alimentar... e bem - fiz ênfase naquela parte - Mas ainda é cedo e adormecemos tarde. Tens tempo para dormir mais um bocadinho, se quiseres. Olha, eu dormia, se pudesse - pisquei-lhe o olho e beijei-a no topo da cabeça, como que para acabar a conversa - fazemos isso da empregada mais tarde, eu agora tenho de despachar-me...se calhar até tomo pequeno-almoço já no escritório...temos uma óptima máquina automática.

- Prometo que me alimento bem, amor. - Comecei por dizer, abanando a cabeça. - És tão mentiroso. Isso é mentira. Se tu pudesses ficar mais tempo na cama e se eu estivesse apta, fazias uma coisa que eu cá sei e não tem nada a ver com dormir. - Pisquei-lhe o olho e ri baixinho.
Fiz-lhe um ar zangado e cruzei os braços ao peito. - Mikko Sullivan, estás a querer dizer-me que me trocaste a mim, Felice Scorpius-Futuramente-Sullivan por uma maquineta qualquer?

Ela conhecia-me muito bem - Está bem, talvez tenhas razão. Fazer contigo seria a única coisa que me impediria de voltar a dormir - Pisquei-lhe o olho. Não valia a pena ir por esse caminho. 
- Desta vez sim, meu amor - Depois de ter ido à casa de banho e me ter vestido, estava pronto. Com esta conversa toda, já estava quase atrasado. - Tenho de ir. Venho buscar-te para irmos ao almoço com os meus pais. Até logo! - Dei-lhe um beijo demorado antes de finalmente sair de casa.

- Até logo, amor! - Afirmei num tom doce, levantando-me para ir até à janela. Acenei a Mikko quando ele se apercebeu que eu o olhava e fiquei ali até ele desaparecer no meu campo de visão. Decidi não voltar para a cama, e sim começar a fazer as coisas aos poucos. Fiz a cama, vesti-me e arranjei-me; tratei do pequeno-almoço e depois de todos comermos, tratei de Milo. Ainda nem dez horas eram e já estávamos todos prontos. Bem, eu ia comendo uns petiscos de vez em quando, mas estávamos prontos. A dada altura, fui à janela e observei o exterior. Havia um carro do outro lado da rua, com vidros negros, que eu não reconheci. Talvez o vizinho tivesse comprado um carro novo. Quando Mikko chegou, entrámos rapidamente no carro familiar. Quando dei por ela, aquele mesmo carro, ia atrás de nós. Podia até ser coincidência, mas duvidava muito. Decidi mudar de assunto, até mesmo na minha mente.
- Como correu o trabalho, amor?

Fui distraída o resto do caminho, falando com Mikko sobre tudo e sobre nada. Estávamos ambos felizes, era definitivamente um bom dia. Fora raptada por Grace, que tentou à força toda saber o que tinha acontecido para eu ter ido parar ao hospital. Contei-lhe tudo, exceto a pequena surpresa. Só quando voltámos para junto dos homens é que eu me preparei para o fazer. Preferia contar com o meu marido ao lado. - Eu estou grávida de gémeos. - Acabei por confessar, ouvindo o ataque de histerismo que Grace teve de imediato. Ri baixinho, suspirando quando ouvi a campainha.
- Estão à espera de alguém? - Questionei à minha sogra, olhando de seguida o pai de Mikko. Que não fosse quem eu estava a pensar, por amor de deus.