Ruas

Vi que ela estava a precisar do meu apoio. E eu queria dar-lo realmente queria. Apertei a sua mão e olhei-a - Eu amo-te, Felly - disso não tinha dúvidas.

- Eu amo-te mais.. - Murmurei com um doce sorriso, virando-me para si e abraçando-o da melhor forma que consegui

Talvez sim, ela amasse. Mas não íamos falar sobre isso agora, se é que alguma vez falaríamos. Inclinei os meus lábios sobre os dela e beijei-a.

Aprofundei o beijo, beijando.o assim com muito amor e carinho. Senti outra lágrima a cair e afastei-me, limpando-a logo - Desculpa.. Estou uma lamechas de primeira - Ri baixinho e abanei a cabeça

Olhei para ela. Fiz questão de limpar a outra lágrima que caiu. - Não faz mal, amor - disse. 
De seguida a médica entrou no quarto e não percebi se vinha com boa cara ou não.

Olhei para a médica e ajeitei-me na cama. Dei a mão a Mikko enquanto a olhava e esperava que falasse.
- Bom dia Felice. Antes de te perguntar como estás, tenho a dizer-te que precisamos de te fazer uns exames e... Umas análises - Fez uma pausa, olhando depois para Mikko novamente com aquela cara séria. E eu senti-me ali muito... Confusa. - Como te sentes?
- Exames? Está bem.. Não tão mal.. Só dorida - Afirmei, encolhendo os ombros - Quando posso ir embora? - Perguntei expectante
- Depende do resultado dos exames.. - Afirmou, olhando os seus papeis

Queria que tudo aquilo acabasse rápido e que Felice recuperasse. Não aguentava este ambiente hospitalar.
- Vamos levá-la agora para fazer uns exames. Se quiser, pode trazer o seu namorado consigo - era claro que eu ia. Em minutos, estávamos nós a sair da sala. Felice ia numa cadeira de rodas já que a médica a desaconselhava pôr-se em pé.

Senti um pequeno alívio quando me tiraram aqueles fios todos. Pus-me em pé com a ajuda da médica, mas quase que caí. Mal posso das minhas pernas. Compreendo porque é que ela não quer que eu ande, faz com que eu tenha mais dores, lá. Sentei-me com cuidado na cadeira de rodas e lá saímos do quarto. Eu ia de cabeça erguida, até começar a ver toda a gente a olhar para mim como se eu fosse sei lá o quê. Baixei-a de imediato olhando os dedos que entrelaçavam uns nos outros. Estava nervosa. Chegámos então ao nosso destino e a médica informou que primeiro iria tirar sangue, para ir já para as análises. Eu assenti e virei a cara para outro lado, para não ver

Segurei a sua mão enquanto lhe tiravam o sangue. Esta era uma das razões pela qual não gostava nada de hospitais. Depois da tiragem de sangue, seguiram para uma sala de ginecologia. Aw, god, aquela sala deixava-me nervoso. Pediram a Felice que se deitasse na maca e eu ajudei-a com isso. Depois a médica ligou a máquina que me parecia um ecógrafo. Aquilo deixou-me ainda mais nervoso. 
- Relaxe, Felice. Vamos só ver se ficou com alguma lesão interior.

Odeio tirar sangue, detesto mesmo. Ao menos Mikko estava comigo... Apertei a sua mão enquanto olhava para ele. Depois disso, a médica ordenou-me que me deitasse na maca. Olhei a máquina com algum medo enquanto me deitava. Ouvi o que ela disse e olhei o meu namorado. Era suposto aquela frase acalmar-me? Mas fez exactamente o contrário - E o que vai fazer com essa coisa? - Perguntei num tom de voz trémulo

Eu permaneci calado o tempo inteiro. Tanto por não ter nada para dizer como nem sequer me atrever a fazer. Aquele ambiente dáva-me arrepios, especialmente por ser um gabinete onde mulheres grávidas frequentavam.
- Por agora é só um exame exterior. Não dói nem um bocadinho - assegurou a médica. Ordenou a  Felly que desabotoasse a bata na zona abdominal. Depois aí pôs-lhe um gel azul e de seguida, com uma aparelho qualquer, foi passando lá. Enquanto isso, a médica não parava de olhar para o monitor.

- Está bem.. - Murmurei, desabotoando depois a bata na área que ela pediu. Olhei-a sempre, sem sequer entender porque raio estava eu a fazer aquele exame - Mas isto não é um exame que as grávidas fazem? Se eu não estou grávida, porque é que o estou a fazer? - Perguntei bastante confusa e meio assutada

Pois, eu tinha a mesma pergunta que Felice.
- Não é apenas um exame para grávidas. Esta ecografia serve para ver se ficou com danos interiores. Serve também para variados outros exames em mulheres - respondeu a médica, continuando com o exame. Até que houve uma altura em que ficou a fixar esse. Era isso bom ou mau?

- Ah.. Eu pensei que era só para as grávidas.. - Afirmei, respirando fundo depois. Todas aquelas expressões que ela fazia assustavam-me, pelo facto de eu não conseguir decifrá-las. Vi-a a olhar muito fixamente para o monitor, aproximando-se ligeiramente do mesmo. Aí é que eu fiquei assustadíssima - O que é que se passa? - Perguntei, levantando um pouco mais a cabeça

Para ser sincero, eu estava com vontade de sair daquela sala. Aliás, do hospital.
Não sabia o que raios estava a médica a ver, só não queria más noticias para o nosso lado. Fitei Felice enquanto a médica decidia o que lhe dizer.

Apoiei-me no cotovelos e olhei também o monitor, vendo lá, com alguma dificuldade porque aquilo para mim parecia uma confusão, uma coisa pequenina - O que é isso? O que é que se passa? Diga-me se faz favor, está-me a deixar nervosa e assustada! - Pedi e afirmei, com algum medo. Tenho algum problema? O que é aquilo? - Doutora!

Eu estava a tentar não me passar. O facto de Felice se ter começado a passar não ajudou em nada. Eu fitei a médica e fitei o monitor. Não percebia nada mas algo se devia passar para tanto alarido. 
- Tenha calma, Felice... - dizia a médica, continuando a analisar  o ecrã. Pediu a Felice que se deitasse e acalmasse enquanto continuava a passar a sonda na barriga dela.

Assenti.
- Claro que depende se fazes por gosto ou porque pensas que és fixe ao fazê-lo. É como tudo.

- Como é que você quer que eu tenha calma? Está aí cheia de mistérios a olhar para o monitor com essa cara! - Afirmei, respirando fundo depois. Lá me deitei como ela pediu e olhei o tecto, respirando fundo para me tentar acalmar - Diga-me por favor o que se passa, eu tenho o direito de saber. Por favor, diga-me - Implorei-lhe

Sorri.
- Gostava de ver. - ri-me. - Mas aposto que nunca mais te volto a ver na vida. - fiz uma pequena careta e olhei de novo para os jardins.

Felice começava a perder a paciência e eu também. Os nervos estavam ao rubro e temia que a médica tivesse encontrado algum problema. Isso é que não, por amor de deus!
- Felice, tenha calma - disse a médica mais uma vez. - Eu não sei, tenho de ver as análises primeiro para confirmar as minhas dúvidas.
 Dúvidas do quê, meu deus?!



não sei o que inventar x)
inventa tu