Quarto da Lindsay & Roy

Arregalei muito os olhos quando por fim entrei no quarto que tinha o meu nome na porta, era enorme e... muito enorme. Entrei dentro do mesmo e espreitei vendo que não havia mais ninguém lá dentro, a minha "esposa" ainda não tinha chegado provavelmente. Sorri para mim, ao menos assim também não me chateava. O programa que envolvia este colégio era estranho como tudo, no entanto também podia tornar-se engraçado, principalmente se ela fosse uma rapariga toda jeitosa. Abanei a cabeça com os meus pensamentos e puxei as minhas malas deixando-as no meio do quarto, depois arrumava aquilo. Ainda estava boquiaberto com o quarto, o meu na minha casa era minusculo em comparação com este, toda a minha vida não era nada em comparação com estar neste colégio de gente rica. - O Roy chegou. - atirei-me para cima da cama rindo-me e olhei em volta no quarto, estava arrumadinho demais e isso ia ter de ser mudado.

Suspirei de alivio quando cheguei à porta onde estava o meu nome e deixei as malas todas cairem no chão. Não acreditava que os meus pais me tinha metido neste fim de mundo e que não tinham deixado o motorista trazer-me as coisas para o quarto. Já me doiam os braços. Abri a porta e dei um pontapé às malas para que entrassem no meu quarto. Ao menos aquilo era um quarto decente. Olhei para o rapaz estendido na cama e arregalei os olhos. Tinha-me calhado um das barracas, socorro! - Importa-se de me ajudar com as malas?

Olhei em direcção à porta quando esta se abriu de repente e uma rapariga começou a empurrar um montão de malas para dentro do quarto. Apoiei-me nos cotovelos e fitei-a de cima abaixo, ao menos tinha uma esposa toda boa. Olhei para a cara dela quando falou e franzi a testa. - Desculpa? Não sou empregado de ninguém. - retorqui e voltei a deixar-me cair para trás na cama.

Continuei aos pontapés às malas até as ter todas dentro do quarto e coloquei as mãos na cintura, ajeitando o meu cabelo enquanto o olhava - Só pedi ajuda. - olhei para ele com atenção e agarrei numa das malas para começar a arrumar tudo - Então, é você o meu marido? - fiz uma pequena careta desagrada e arrumei as minhas coisas - O principe Harry ainda não é desta.

Levantei-me da cama com um revirar de olhos e meti todas direitinhas as malas dela que estavam caidas no chão devido a tê-las empurrado praticamente ao pontapé. - Satisfeita agora? - perguntei e deixei-me ficar ali em pé a olhar para ela. - É parece que sim. - fiz uma cara toda confusa quando me tratou por você. A sério? Era maluca só podia. Revirei os olhos e encostei-me à parede cruzando os braços ao peito. - O principe Harry? - ri-me e abanei a cabeça.

Olhei para as minhas malas todas alinhadas e sorri, agarrando noutra assim que esvaziei a primeira - Obrigada Roy. - disse. Aquele devia ser o nome dele já que era o que estava na porta. Virei a cara para ele e assenti com a cabeça, vendo-o encostado à parede de braços cruzados. Parecia um bocado vindo das barracas, não acreditava que os meus pais tinham-me metido ali com gente pobre - Sim, o meu futuro marido.

- De nada... Lindsay. - disse meio confuso, sim acho que era este o nome que tinha visto na porta do quarto antes de ter entrado. Fiquei a olhá-la enquanto ela arrumava. - Depois podes arrumar as minhas malas. - disse apontando para as mesmas que estavam ainda pousadas no meio do quarto. Arregalei um pouco os olhos e não consegui evitar rir-me do que ela disse. - Futuro marido? - ri-me mais e abanei a cabeça. - A menina anda a sonhar muito com principes e princesas não?

Revirei os olhos com o que ele disse e atirei as malas vazias para dentro do armário - Não sou sua empregada. Nem devia de estar a arrumar as minhas. - resmunguei. Virei-me para ele com um sorriso e abanei a cabeça - No futuro vou casar-me a sério com um rapaz rico, giro e tudo isso. O principe Harry é uma boa aposta. Sempre é melhor do que o William e esse já está casado. - encolhi os ombros e fui sentar-me na pontinha da cama.

Fiz uma cara confusa. - Não me trates por você, isso é estranho. - revirei os olhos. - Está bem, eu depois arrumo. - encolhi os ombros, o mais certo era ficarem ali durante uns bons dias, tinha lá paciência para arrumar aquilo tudo. - Ok, definitivamente tu sonhas muito. - comecei a rir-me e virei-me para ela quando se sentou na cama. - Mas é melhor parares de sonhar porque já tens um marido. - apontei para mim. - E sou giro e bom. Aliás, sou tudo aquilo de que precisas. - disse meio convencido.

Levantei uma sobrancelha e encolhi os ombros - Então quer que o trate como? - perguntei confusa. Voltei a levantar-me da cama e olhei em volta para o quarto, virando a cara para ele quando disse que era o meu marido - Tudo o que eu preciso? Não me parece lá muito. - fui até ao closet para tirar outra roupa e olhei para ele - Pode continuar a dormir, eu vou tomar banho. Não tende nada, estou a avisá-lo. - disse de olhos semicerrados e depois de entrar na casa de banho, fechei a porta da mesma.

- Trata-me por tu ou por Roy, qualquer coisa menos por você. - abanei a cabeça, era mesmo chique o raio da rapariga, devia de vir de uma daquelas familias super ricas e poderosas onde chovia dinheiro. Fiz uma cara confusa quando ela disse que não parecia lá muito e depois revirei os olhos. - Não queres companhia..? - perguntei quando ela acabou de fechar a porta e suspirei. Atirei-me de novo para cima da cama e fechei os olhos.

Pousei a minha roupa no móvel da casa de banho e meti a água a correr para encher a banheira. Precisava urgentemente de um banho de espuma para tirar todo o stress que este castigo me estava a dar. Despi a roupa que tinha vestido e atirei-a para um monte num chão, colocando gel de banho para dentro da água para fazer espuma antes de entrar lá para dentro.

Suspirei quando comecei a ouvir a água a correr dentro da casa de banho, olhei para a porta e abanei a cabeça. Estava trancada de certeza e isso ia ter de mudar, ia esconder a chave daquela porta quando fosse a minha vez de ir tomar banho. Recostei-me melhor naquela confortável cama e sorri satisfeito, apesar de a rapariga ser uma daquelas todas chiques e tal de certeza que aquilo ia ser bem interessante.

Estiquei-me para a toalha e coloquei-a à volta do meu corpo, espremendo de seguida o excesso de água do cabelo para dentro da banheira. Sequei-me e coloquei creme no corpo antes de vestir a roupa que tinha tirado para mudar, um vestido coral. Depois de ajeitar o cabelo e tudo, abri a porta da casa de banho e parei quando vi o Roy todo esticado na cama - Você dorme numa ponta e eu noutra. - avisei - Com almofadas no meio. Isso ou dorme no chão.

Abri os olhos quando ouvi o barulho da porta da casa de banho a abrir-se e sorri para a minha "mulher", estava casado com ela... era estranho e engraçado ao mesmo tempo. Arregalei os olhos e abanei a cabeça deixando-me estar na mesma no meio da cama. - Almofadas? - perguntei revirando os olhos. - Mas pensas que eu sou um tarado ou quê? - revirei os olhos, eu era um tarado... mais ao menos, era só um bocadinho. Olhei-a de cima abaixo e sorri para mim, acho que com ela ia ser muito taradinho.

- Sim. - assenti com a cabeça e ajeitei o meu vestido, tinha que estar em boa forma, não houvessem fotografos lá fora. Tinham andando sempre atrás de mim não era agora por causa deste castigo que iam deixar de andar. Voltei a olhar para o Roy e encolhi os ombros - Não quero que caia em alguma tentação. Vamos ter uma barreira de almofadas entre nós.

Revirei os olhos, ela era mesmo meio maluquinha ou alguma coisa do género. Sentei-me na cama continuando com os meus olhos postos nela e soltei um pequeno risinho. - Cair em tentação? Quem, eu ou... tu? - perguntei mordendo o lábio enquanto a olhava.

Olhei para ele de alto a baixo e levantei uma sobrancelha - Eu? Eu não me dou com gente pobre. - abanei a cabeça e fui até ao closet para escolher uns sapatos que combinassem com a roupa - Nem sem como é que me calhou este marido. - falei mais para mim do que para ele - Tem de se portar bem, e para assegurar isso, eu fico numa ponta da cama e você na outra.

Abanei a cabeça e fiz uma careta. - Não te dás com gente pobre porquê? - perguntei revirando os olhos e fazendo cara de mau. Eu tinha lá culpa de ser pobre e além disso acho que não tinha aspeto disso. Fiquei a olhar para ela. - Tens muita sorte de te ter calhado um marido como eu, depois podes ir contar às tuas amigas o quanto eu sou bom. - ri-me e revirei depois os olhos de novo. - Acho que não é preciso exagerar, cabemos bem os dois no meio da cama...

Encolhi os ombros - Porque os pobres são inferiores e todos sujos e horriveis. - fiz uma cara enojada e senti um arrepio na espinha. Voltei a aproximar-me da cama, sentando-me na ponta da mesma e olhei para o Roy - Não posso contar estas coisas às minhas amigas. Se elas sabem que estou num colégio destes, sou motivo para gozo até ao final da minha vida. E pode ser que assim mantenha os jornalistas longe. - disse com um encolher de ombros - Não pense nisso se quer. Cada um na ponta da cama, não se meta com ideias Roy.

- Por acaso estás a ver-me sujo? - perguntei com um revirar de olhos e apontei para as minhas roupas que estavam limpas. - E não sou horrível, a não ser que sejas meio cega e não consigas ver-me bem. - gozei com ela e olhei-a quando se sentou na cama, ri-me do que ela disse. - Oh meu deus tu não existes, elas não vão gozar. Vão é querer estar no teu lugar e ter um marido assim como eu para poderem partilhar a cama. - pisquei-lhe o olho e deitei-me para trás. - Jornalistas? Não me digas que és famosa. - não me surpreendia nada que fosse, da maneira que ela era toda chique. - Não estou com ideias nenhumas Lindsay. - ri-me.

Olhei para a roupa dele com muita atenção e acabei mesmo por fazer uma careta - Temos de ir às compras. - disse com um sorriso assim que me levantei da cama. Fiquei a olhar para ele e coloquei as mãos na cintura - Roy, levante-se, vamos comprar-lhe roupa decente. - agarrei-lhe na mão, fazendo uma cara meio enojada e puxei-o, ou tentei, para que ele se levantasse - E eu não sou famosa, sou rica e os meus pais organizam muitas festas. - fui rapidamente buscar a minha mala e parei em frente ao espelho a arranjar-me.

Abanei que não com a cabeça, ela só podia estar a gozar. - Nem penses que vou às compras, que nojo. - fiz uma careta e arregalei os olhos quando me puxou da cama e me fez ficar de pé. - És maluca, eu não preciso de roupa decente, a minha roupa já é decente. - resmunguei com um suspiro. - Que és rica já eu tinha reparado. - disse enquanto a olhava a ver-se ao espelho. - És boa... - mordi o lábio enquanto olhava descaradamente para o seu corpo.

- Precisa sim. - disse com um revirar de olhos e voltei a virar-me para ele - Ande lá, levante-se, temos de ir comprar-lhe coisinhas melhores. - disse toda sorridente enquanto olhava para ele. Levantei uma sobrancelha quando disse que eu era boa e abanei a cabeça - Não diga essas coisas, isso fica mal. Diga bonita. - abri a porta do quarto e olhei-o - Ande lá, precisamos de nos despachar.