Piscina Exterior

Estava com vontade de rir. Já a tinha na minha mão, se fosse preciso. Mesmo assim continuei com um jogo calmo e pouco invasivo, voltando a beijar os seus lábios.

Ele está-se a aproveitar de ti, estúpida. Ele é um gajo vivido, e tu nem desflorada és. I don't care. Correspondi ao seu beijo da mesma forma e depois quebrei-o e olhei os seus olhos cintilantes. Até os seus olhos sorriam. Como é que ele faz isso? Mordisquei o lábio e observei-o, eu estava quente. Toda eu estava a arder. Não sabia o que fazer ou dizer

Passo um momento parei ara respirar. Fitei-a. Felice continuava corada e a sua forma de morder o lábio era simplesmente provocante.
- O que foi, não estás a gostar? - perguntei num tom de gozo, a meter-me com ela.

Ri baixinho e baixei ligeiramente o rosto - Estou a adorar, sim.. É só que, nunca fiz nada do género - Afirmei baixinho, olhando o seu peito. Coloquei as minhas mãos nos seus braços e continuei a mordiscar o lábio levemente. E tenho a sensação que ele se vai rir do facto de eu ser... Bem, se ele chegar lá né

Que ela não tinha muita experiência já eu percebera mas ao ponto de nunca ter andado na marmelada? Era difícil de acreditar - É difícil de acreditar nisso. Deves ter imensos rapazes atrás de ti - Disse divertido.

- Nunca reparei nisso, nunca tive namorado nem nada do género.. Não gozes - pedi logo, sem ser capaz de o olhar. Estava a imaginá-lo com um sorriso estranho, tipo de gozo, estampado. Continuei a acariciar os seus lábios, esperando que falasse. Eu queria mais, mais.. Mas não sei o quê, não sou entendida nisto

Pensei nas suas palavras por uns instantes. Ela não tinha experiência em nada - Juro que não sei como isso é possível. Nunca tiveste rapazes atrás de ti? - perguntei. Talvez ela fosse uma daquelas que se fazia de difícil... Não pode ser, já que é tão fácil tão para mim. Só depois é que entendi - Felly, és virgem?

Oh, wow, parece que é mais inteligente do que eu pensava. Fiz que sim com a cabeça. Sentia-me horrivelmente quente, na cara. Devo estar vermelho-escarlate - Sim, sou.. - Suspirei e mordi o lábio, erguendo um pouco a cabeça mas não olhando directamente para ele

Não consegui evitar e ri-me. Ela era virgem, a minha mulher é virgem. Toquei no seu queixo e fi-la encarar-me - Não há nada de mal em seres virgem - pois eu ficaria bem satisfeito em ser o seu primeiro.

- Ah pois não, por isso é que te riste.. Não sabia que isso tinha piada, mas pronto, ainda bem que te faço rir - Afirmei enquanto o olhava, encolhendo depois os ombros. Suspirei e permaneci imóvel, mas olhei para os seus lábios em vez de o olhar nos olhos

Um sorriso divertido permaneceu nos meus lábios, apesar de ter parado de rir.
- Só não estava à espera que o fosses. Olha bem para ti, és uma rapariga gira e sensual.

- Sensual? - Voltei a olhar os seus olhos. Nunca ninguém me tinha dito que eu era sensual. Bem, houve sempre aqueles que diziam que eu era boa... Talvez desse para o mesmo - Bem, obrigado.. Tu também és muito.. Lindo, e sensual também - Proferi, num tom baixo e meio envergonhado

- Sim, sensual. Estou contente que tenhas sido tu a calhar-me - ela provavelmente deliciaria-se ao ouvir aquilo. Sabia bem ouvir a sua opinião a meu respeito.

Sorri docemente, ficando ainda mais envergonhada ao ouvir aquilo - Bem, eu também estou muito feliz por teres sido tu a calhar-me.. - Coloquei as mãos no seu peito e olhei-o nos olhos. Mal dei por mim, estava novamente a morder o lábio. Não tenho culpa, é um vício meu

Será que dirás isso por muito tempo? Tinha um palpite de que não.
- Mas não fiques preocupada com a tua falta de experiência, eu não me importo - disse só mesmo para a tranquilizar e voltei a beija-la.

- Ainda bem, é bom saber isso.. - Sorri docemente e correspondi ao seu beijo, intensificando-o de imediato. Era óptimo beijá-lo, eu pelo menos adorava, e sentia-me estupidamente bem quando o fazíamos. Rodeei o seu pescoço com os meus braços novamente. Por enquanto, as coisas por aqui não estão a correr tão mal como eu esperei

Ia ser divertido mantê-la ocupada com aquelas coisas, especialmente sabendo que ela nunca as tivera.
Afastei os meus lábios dos seus - vir para a piscina foi mesmo de decisão acertada.

- Parece que sim.. E tornou-se algo divertido para ambos, tal como eu tinha pedido - Afirmei com um sorriso doce e divertido, tal como o meu tom de voz. O clima mudara sem me aperceber, e senti um arrepio pela espinha acima, mas desta vez não era ele o motivo. Estava mais frio, e uma brisa fresca andava por aquela zona. Talvez fosse melhor irmos para dentro
- Está a ficar frio, ou é só de mim? - Questionei no mesmo tom, olhando as nuvens que começavam a aparecer

Eu não sentia frio. Talvez fosse por já estar acostumado a estar na piscina por aquelas horas.
- Está a entardecer. Queres ir embora?

Por um lado não queria ir, mas pelo outro queria, só pelo facto de ter frio. Eu própria fiquei confusa
- Hmm, não sei.. O que me sugeres? Estou a ficar com frio.. - Retorqui divertida, e estremeci quando outro arrepio percorreu o meu corpo. Não estou habituada ao frio

- Então vamos. Não te quero constipada - disse com um sorriso e saímos da piscina. Peguei na toalha que ela trouxera e enrolei-a à sua volta.

Sorri meio tímida quando o fez, e segurei a toalha com uma das mãos - Hmm, obrigado - Quase que sussurrei, pegando depois nas roupas e óculos com a outra mão, começando a caminhar para dentro, em direcção ao quarto

Encerrado.

- De nada, Felly - disse, com aquele meu tom. Peguei nas minhas coisas e caminhei ao lado dela até chegarmos ao dormitório.

encerrado.

A brisa fresca da manhã percorria o quarto onde outrora havia adormecido, as luzes batiam a uma velocidade e intensidade estonteante e demais para os meus olhos azuis. Levantei-me  deambulando para a casa de banho, após isso desnudei o meu corpo deixando os trapos que o cobriam no chão. Sentia o frio dos azulejos o que me fez arrepiar, e isso notava-se na textura estranha que o meu corpo agora abordava; entrei dentro daquele cubículo e abri a água deixando-me ficar lá por longos minutos enquanto me entretinha a tirar e a meter resíduos do meu corpo,como gel de banho e um shampo que para lá havia. Embrulhei-me na toalha após fechar a água e fechei os olhos com tanta força que achava que era capaz de apagar todos aqueles pensamentos que já me começavam a atormentar. Rapidamente terminei de lavar os dentes, meter creme, escovar o cabelo e vestir-me rapidamente.-Tenho que sair daqui- murmurei baixinho para mim mesma agarrando em tudo e colocando-as no carro mal cheguei ao pé dele.
Apenas tive a preocupação de guiar até a praia não deixando que a visão deturpasse devido as lágrimas que já tentavam invadir o meu campo de visão. Estacionei o carro ficando um pouco à nora com tudo o resto e corri para uma zona de rochas...onde possivelmente não haveria ninguém. Fechei lentamente os olhos e ao pouco  entregava os meus pensamentos às lembranças que me atormentavam diariamente, especialmente no dia 25 de Julho.
Aquele seu sorriso veio-o a memória, aquelas suas gargalhadas de bebé que me faziam sorrir a toda a hora, aquele seu olhar azul profundo que eu nunca alguém havia visto com aquele brilho de felicidade constante. Ainda me recordo da sua pele macia, do meu toque no dele, dos seus cabelos encaracolados alourados com uma textura nunca antes sentida por mim..algo leve,fofo até.O seu cheiro era algo que eu queria constantemente ao pé de mim, eu era uma criança mas cuidava dele às vezes...como se fosse o meu filho, e isso obrigou-me a crescer um pouco para a idade que tinha. Eu era quase outra bebé, tinha acabado de sair da fase dos ciúmes e tinha finalmente começado a amá-lo de verdade.
Recordo-me ainda do momento crucial em que entramos todos no carro preto, eu tirei-o da cadeirinha e coloquei em cima de mim com a intenção de brincar com ele a viagem toda,porém isso não aconteceu. Passado meia hora de viagem o carro simplesmente sofreu um choque entre dois carros ficando por assim dizer complemente esmagado. Fechei os olhos com força e tentei suprimir o choro mas ele chegara a uma velocidade incrível o que me dava uma sensação de que o meu corpo estava a ceder a isto tudo, a este turbilhão. A luz era tão forte que me encadeou os olhos e senti o meu corpo a ir para a frente, lembro-me de estar acordada e de não ver o meu irmão nas  minhas mãos como outrora estava. Nesse momento olhei novamente para as mãos observando-as cheias de sangue, se eu ... Abri os olhos e agarrei as minhas pernas baloiçando-o de forma a acalmar-me, a verdade é que raramente chorava por isso, e eu precisava de tal coisa. Simplesmente não conseguia o choro era cada vez mais impetuoso, mais veemente.  Debrucei-me e passei a mão na água o que se fez gerar uma nostalgia completa que não me deixava simplesmente respirar. Levantei-me no meio daquele choro e daquela aflição e caminhei pelo calçadão da praia na esperança de encontrar algo que beber...verdade sejam ditas, sempre contra as pessoas embebedarem e usarem o álcool como alivio e eu iria estar a fazer uma coisa destas. 
Antes de invadir o bar limpei as lágrimas de forma a que não se notasse nada, os olhares estavam fixos em mim e no meu corpo, eu apenas não tinha coragem de reagir face ao que estava a acontecer. Sentei-me num banco de madeira e debrucei o meu corpo sobre o balcão, passei a minha vista sobre as bebidas e apenas apontei para uma. – Se essa não for forte, escolha outra. – murmurei num tom sério e completamente morto pelas facadas que outrora isto tudo me deu. O copo era um pouco alto e o seu conteúdo tinha uma cor meio acastanhada, devo dizer que o cheiro era intragável...Bebi aquilo de uma vez tentando que isto tudo parasse.- Venda-me a garrafa. – pedi apenas e paguei-a deixando uma nota de cinquenta em cima do balcão. – Fique com o troco, acredito que lhe fará mais falta a si, do que a mim.-  suspirei e entrei num táxi, não querendo saber do meu carro, e pedi que me levassem para o colégio, paguei com uma nota de valor menos elevada e dirigi-me para a piscina sentando-me com os pés dentro de água e com a garrafa numa das mãos...sem saber o que fazer.

A minha figura deveria estar linda, sentia os meus olhos inchados e ao mesmo tempo a arder; o meu sorriso simplesmente não aparecia e pela primeira vez temia pela minha consciência pois pela primeira vez não me lembro de pensar nas consequências nem sequer uma vez. Bebi um gole daquela bebida que nem me importei com o nome e fechei os olhos, repetindo o nome dele vezes sem conta na minha cabeça.


ENCERRADO!

Quando chegámos à piscina, fui de imediato ao balneário e vesti os calções de banho. Então aí percebi que precisava mesmo de me bronzear, estava branquelas.
Voltei para o recinto da piscina já à espera que Melanie gozasse comigo.