Hall de Entrada

Entrámos em casa. Agora era Felice quem tinha Milo nos braços - Bem-vindo a casa, pequenote. - Disse a sorrir. Estávamos finalmente os três em casa. Aproximei-me de Felly e roubei-lhe um beijinho rápido -o mesmo para ti.

- Obrigado meu amor - Murmurei sorridente, dando-lhe mais um beijo - Diz obrigada ao pai - Disse ao bebé, pegando-o ao colo de forma a que ele pudesse ver o seu lar. Ele estava com os olhos bem abertos, é bem curioso - Pronto faz de conta que ele disse obrigado - Disse para Mikko na brincadeira

Ri-me ao olhar para eles os dois - Acho que ele vai gostar mais disto do que do hospital - comentei divertido. Isso lembrou-me de uma coisa - Anda, tens de ir ver o quarto dele. A equipa que o teu pai mandou fez um bom trabalho.

- Tenho todas as certezas que o quarto do curioso está maravilhoso.. Mas estou ansiosa por vê-lo! - Disse toda sorridente, caminhando até às escadas. Subi devagarinho e fomos então para o quarto do nosso filho.

encerrado.

Tínhamos chegado nem há dez minutos e já nos estavam a tocar à campainha. Por momentos pensei que se tratasse de Grace, querendo desculpar-se pelo seu comportamentos estranho durante o almoço... Mas assim que abri a porta, deparei-me com um rosto familiar. - Senhor Monroe... - Murmurei, meio incrédula. Segurei melhor Milo que ainda estava no meu colo e tratei de esboçar um sorriso simpático.
- Felice! Há quanto tempo... - Ele sorriu-me também, mas dava para ver que estava confuso. - Eu peço desculpa, julguei que esta fosse a residência de Mikko Sullivan. - Eu acabei por esboçar um sorriso maior e rir baixinho.
- E é... Eu vivo com ele. Bem, entre, entre! Aguarde aqui um pouco, eu vou só chamá-lo. - Informei, subindo as escadas o mais depressa que consegui, encontrando-me com o meu namorado numa das divisões. - Amor, tens uma visita lá em baixo. É o Senhor Monroe... Pai do Mickael.

Uma vez que pensei que era Mikko, nem sequer verifiquei primeiro e abri logo a porta. Enganei-me redondamente. - Mickael... - Murmurei, visivelmente desagradada com o que via diante dos meus olhos. Suspirei pesadamente e segurei melhor em Milo. - O que é que quer? Estou de saída e atrasada. - Falei mal olhando para el, uma vez que pegava na mala e nas chaves com a mão livre.

Eu estava a sair de casa e ele mal me dava espaço para sair ou fechar a porta, por exemplo. Eu estava de costas para Mickael, trancando a porta de casa enquanro ele estava mesmo atrás de mim. Estava tão perto que sentia a sua respiração no meu pescoço. - Afaste-se de mim. Não volto a avisar! - Resmunguei, empurrando-o assim que pude e consegui.

- Desculpa, Felly. Eu vim só... Tentar falar contigo, pedir-te desculpa por causa de coisas do nosso passado. Desde que te vi lá no evento... Oh. Estás ainda mais bonita que me lembro. - A minha careta fez com que Mickael diminuísse o tom de voz. Abanei a cabeça perante o que ouvi da sua parte e empurrei-o, fazendo-o sair da minha frente.

- Saia daqui. Vá-se embora. Agora. - Falei-lhe muito a sério, caminhando em direção ao meu carro de forma apressada. Conseguia senti-lo atrás de mim e enervava-me mais ainda. Como se eu pudesse. Engoli em seco e esforcei-me ao máximo para não deixar cair o meu menino. Se já não me senti bem durante o dia todo, agora então...

Para mim, que acho que já estava mais para lá do que para cá, parecia estar tudo a acontecer demasiado depressa para o meu gosto. Como por exemplo... De onde é que apareceu Mikko? Como é que ele chegou aqui tão depressa, e me está a segurar agora?

- Desculpem... Eu só queria vir falar com a Felice. Só queria conversar com ela sem chatice nenhuma, queria pedir-lhe perdão. Não era a minha intenção chatear ninguém. - Consegui ouvir Mickael, o que me fez suspirei. Endireitei-me e olhei Mikko.


- Só preciso que pegues no menino, amor. - Pedi, entregando-lhe o nosso filho de imediato. Eu estava a perder as forças nos braços e não queria que o meu menino me caísse dos mesmos. Ouvi um carro a parar ali bem perto e duas portas a abrir, mas nem me dei ao trabalho de olhar.

- Mikko, por favor. Eu juro que só vim conversar amigavelmente com a Felice e depois ia-me embora. - Mas Mikko, obviamente, que não queria ouvir as suas desculpas. Mesmo sabendo que ele não iria partir para a violência com o nosso filho nos braços, meti-me entre eles.

- Mickael, acho que já chega por hoje. Por amor de deus. Pára... - Pedi meio desorientada, passando as mãos pelo cabelo, colocando-o assim para trás. Foi entretanto que eu ouvi duas vozes que me eram familiares. Grace, e o Monroe. Só me faltava mais esta.

- Mickael, não achas que está na hora de te afastares como já te foi pedido? Para quem veio para uma conversa amigável, estás muito agressivo. Põe-te a andar. Vai para o carro, vá. Andor. - A voz grave e calma do Senhor Monroe fez com que o idiota do seu filho recuasse e, desagradado, caminhasse até ao seu carro sem mais nada dizer. - Desculpem. O Mickael às vezes não sabe agir corretamente. Felice, sente-se bem? - Eu estava apenas com a mão na testa, outra no ventre e tentava respirar calmamente.

Grace estava com um ar super angustiado por estar a ouvir o filho falar-lhe daquela maneira. Retirei a mão da testa e pousei-a no braço de Mikko, na tentativa de o travar e não dizer coisas que se fosse a arrepender. Acabei por optar não responder à questão do meu sogro, achei que naquele momento o mais importante fosse que parassem de querer discutir uns com os outros.

- Filho, por favor... Eu vim aqui com o teu pai porque queria que conversássemos todos e te contássemos tudo, para te responder a todas as dúvidas... Mas por favor acalma-te, filho. - Grace estava à beira de se desfazer em lágrimas e isso fez com que eu ficasse sem saber o que fazer. Mas as dores recordaram-me.

- Au... - Murmurei, ainda com uma das mãos no ventre e a outra no braço de Mikko apertando-lho agora para tentar obter a atenção de alguém que me acudisse.

Eu fitei os dois ali à minha frente. A minha mãe e o meu pai. Algo que eu sempre quisera ver, mas que demorara 22 anos a acontecer. Demasiado tarde, era o que queria dizer à minha mãe. Contudo tinha uma enorme curiosidade de saber o que tinham eles para me dizer.
Só que nada disso me interessou mais assim que Felice me apertou o braço e me fez encará-la. Percebi logo que algo não estava bem - Felly, o que se passa? - Perguntei alarmado.

- Eu só preciso de me sentar e descansar um pouco, é só isso. - Informei, tentando manter-me em pé. Mas as minhas pernas... Essas pareciam que estavam a perder as baterias e eu sentia-me a começar a ir abaixo. Senti, de repente, duas mãos a segurar-me e olhei de imediato para ele. Mas não era Mikko... Era o seu pai. Suspirei quando o Senhor Monroe pegou em mim ao colo fiquei meio constrangida com aquela situação.

- Mikko, filho, por favor abre a porta de casa para a podermos levar para dentro. Ela precisa de descansar. - Falou Grace ao invés do pai do meu namorado, aproximando-se de mim para observar o meu rosto cansado. - O que é que tu andaste a fazer, Felice? Oh, querida... - Ela suspirou e eu mordi o lábio, deixando apenas que me levassem para o interior.

Noutra altura qualquer eu ter-me-ia sentado ultrajado e irritado com o que eles estavam a fazer, pois era minha função e dever apoiar Felice naquelas alturas, pegar-lhe eu ao colo... Mas não me importei porque ela precisava realmente de entrar e eu só queria que ela ficasse bem. 
Guiei-os para dentro de nossa casa, mais precisamente para a sala.