Quarto da Felice - F&M

- Obrigado amor.. - Murmurei baixinho, dando-lhe alguns beijinhos no pescoço. Afastei-me ligeiramente para limpar as lágrimas, mas depois abracei-o novamente e beijei-o apaixonadamente

Suavemente e com as pontas dos meus dedos, limpei o rsto das lágrimas da sua face - Não gosto de te ver chorar - confessei.

- Eu sei amor.. Mas.. Não sei.. Ando super sensível, e à mínima coisa só me apetece chorar - Confessei também, encolhendo os ombros. Ouvi o meu telemóvel e dei um beijo a Mikko, indo depois até ao telemóvel. Era uma mensagem do meu pai.

Boa tarde, filha. Espero que tu, o teu namorado e o meu neto estejam bem. Sei que hoje regressas ao College, por isso desejo que a vossa viagem corra bem. Não te preocupes com nada, sim? Eu já falei com o director sobre o teu estado, ele já está a par da situação. Caso precises de alguma coisa, sempre podes contactar-nos, especialmente a tua mãe. Beijinhos para ti, um abraço para o teu namorado, e muitos mimos para o meu netinho. Adoramos-te filha.

Depois de ler a mensagem, arregalei os olhos - Oh, Shit...

Abanei a cabeça. Tinha imenso receio das mudanças que ia haver nela. - O que se passa? - perguntei, olhando-a divertido.

- Lê, amor.. - Pedi, indo até ele com o telemóvel na mão, passando-o para ele. Enquanto ele lia a mensagem, arranjei rapidamente o meu cabelo

Li a mensagem rapidamente - merda - não esperava contar a ninguém da minha família, muito ao menos tio! De certeza que a minha mãe já sabia. Fuck.

- Desculpa amor.. Eu não sabia que o meu pai ia fazer isto.. Devia ter calculado.. Desculpa.. - Murmurei enquanto o olhava, ouvindo outro telemóvel. Era o dele, eu conheço o seu toque - É o teu amor.. - Murmurei, olhando o telemóvel. Agora, até eu fiquei nervosa

Cerrei os dentes, tentando pensar no que fazer. Não queria nada ter de ouvir a minha mãe.  E a falar no diabo... Era ela. Atendi a chamada cautelosamente.
- Mikko Bentley Sullivan, o que é que estás a fazer em Las Vegas? Volta imediatamente para Lake City, meu menino. Temos uma conversa a ter - o tom de voz da minha mãe demonstrava-me que ela já sabia de tudo. Damn, as noticias corriam rápido. - Onde é que tinhas a cabeça, Mikko!?
Antes que ela me desse um sermão, eu simplesmente disse - Falamos em casa, mãe. Estarei de volta amanhã - e desliguei o telemovel.

Eu ouvia a mãe dele aos berros, e não estava ao lado de Mikko. Fiz uma careta e olhei o chão, permanecendo calada enquanto falavam. Quando ele desligou, eu apenas murmurei - Desculpa amor.. Eu posso falar com ela se quiseres, ou ir contigo.. - Disse muito baixinho, sem me mexer. Oh meu deus, isto está a acontecer tudo muito depressa

Já estava habituado aos sermões da minha mãe, não eram novidade nenhuma. Contudo estava com um pressentimento que desta vez seria pior.
Olhei para Felly - Eventualmente, a minha família descobriria. Não quero que vás ver a minha mãe a dar-me um sermão.

- Oh... Mas eu insisto em ir contigo amor. A tua mãe não tem de ser tão dura contigo... E para além disso, tu não fizeste o bebé sozinho amor - Encolhi os ombros e aproximei-me dele, devagarinho - Eu vou contigo, está bem? - Sorri-lhe docemente e dei-lhe um beijinho na bochecha

Eu conseguia dar a volta à minha mãe, pelo menos achava que sim. - Se insistes... Ela provavelmente ia querer conhecer-te, de qualquer das maneiras. E tenho um trunfo na manga, se ela começar a discutir. 

- Ela não vai discutir. Amor, eu tenho o dom de ser estupidamente adorável e fofinha... Se eu disser para ela não discutir contigo, ela não vai discutir e acabou - Disse toda convencida na brincadeira, rindo depois - Vou conhecer a minha "sogra", ui - Fiz aspas com os dedos e ri baixinho. Mais vale brincar e rir, do que deprimir e pôr-me para aqui a chorar..

Soltei uma gargalhada com aquilo - Tens razão. A única pessoa com quem a minha mãe discute é comigo. Com as outras pessoas é simpática o tempo todo - Felice deixara-me um pouco mais optimista. - És a primeira rapariga que vou dar a conhecer.

- Ela vai adorar-me, vais ver... Vou-lhe dar a volta e fazer com que ela não discuta contigo - Disse baixinho, rodeando o seu pescoço com os meus braços - Aww, ai sim? Que fofo.. Sabes uma coisa? Sogras e problemas à parte.. Eu amo-te, Sully - Disse junto aos seus lábios, beijando-o depois

Ter a minha namorada aliada à minha mãe? Não sabia se isso seria bom ou mau. Sorri carinhosamente e dediquei-me ao beijo. Rocei o meu nariz no seu quando afastámos os nossos lábios.

Pus-me em bicos dos pés e dei-lhe um beijinho na ponta do nariz. Aproximei mais o meu corpo do seu, apalpei-me o rabo e dei-lhe uma palmada no mesmo, sorrindo - Vá, vamos lá acabar de nos arranjar-mos.. Já não temos muito tempo até ao avião, e ainda temos de comer qualquer coisa antes da viagem porque a comida no avião é.. blhec! - Fiz uma careta quando o disse

Esbocei um sorriso malicioso. - estás quase a provocar-me, Felly... - avisei divertido. - Tens razão, tens razão. Queres ajuda com alguma coisa? Eu já tenho tudo arrumado. 

- Ah, mas eu provoco-te a todo um instante.. - Constatei, rindo baixinho. Fui até à minha mala e arrumei lá o resto das coisas. Fechei-a e olhei para a mala dele - Porque é que a tua mala parece que vai explodir? - Questionei, rindo depois - Não amor, já está tudo pronto.. É mesmo só pôr a carteira e o telemóvel dentro da mala e ir.. Ah, e preciso de pedir um favor ao meu motorista - Afirmei, indo até ao telemóvel. Liguei para ele e pedi que tratasse de pôr o Ferrari em nome de Mikko Sullivan, e que o levasse para Monroe College em Lake City, na Florida. Desliguei a chamada depois de agradecer e voltei para ele, que estava meio surpreendido a olhar para mim - E pronto, está tudo pronto amor - Sorri, pondo as coisas para dentro da mala, colocando-a ao ombro. Tentei pegar na minha mala de viagem, mas tive logo de a largar, porque me deu uma dor - Dass... - Resmunguei baixinho

Lá isso era verdade, ela tinha essa capacidade. 
- Provavelmente porque me limitei a mandar lá para dentro a roupa e a tentar fechá-la - respondi divertido. - Ainda não acredito que me ofereceste um Ferrari. É por isso que vais ser promovida a Namorada do Ano. - Aproximei-me dela e peguei na sua mala - deixa-me ajudar-te

- Quero o meu prémio depois.. - Ri baixinho e vi-o pegar na minha mala - Mas eu posso chamar os empregados amor, não é preciso levares esses pesos sozinho.. Eu ajudava-te mas eu não posso mesmo amor.. - Murmurei, passando a mão pela barriga. Como o vestido era largo, não se notava nada. Mas se fosse algo justo, notava-se bastante. Quando eu passei a mão, esticando assim o tecido, notava-se mesmo. Já me tinha despedido da barriga lisa sem me aperceber. E eu a pensar que tinha ganho uns quilos, e afinal tenho um bebé a crescer dentro de mim... Afastei a mão da barriga e respirei fundo - Bem, vamos lá então amor

- E com certeza terá o teu prémio depois... - prometi num tom malicioso. - Eu consigo levar sozinho, não te preocupes princesa - a mala dela e a minha eram aceitáveis para a minha força. Acabámos por sair do quarto.

Ali estávamos nós, outra vez, depois de todos aqueles anos. Lembro-me da última vez que aqui vim, quando pedimos permissão ao tio de Mikko para sairmos do college e viajar por uns dias. Tínhamos vindo com amigos, mas nem assim estávamos separados. A viagem até correu bem, o pior mesmo foi ter de ver os corpos dos meus pais. Foi horrível. Estive lá o menor tempo possível e apenas os olhei durante segundos para eles verem que eu realmente tinha visto e reconhecido. Depois viemos diretamente para aqui e eu subi logo para o quarto, sabendo que Mikko vinha atrás de mim. - Lembras-te de quando aqui estivemos? - Murmurei, não querendo falar do que tinha acabado de acontecer, no que tinha acabado de ver.

Estava bastante preocupado com o facto de ela ter de identificar os cadaveres. Eu voluntariara-me para o fazer ao invés dela mas os detetives insistiram e nem pude entrar com ela na morgue. Desde que regressaramos desse local horrível que ela estivera calada. Não me surpreendia.
- Claro que sim. Parece ter sido há uma vida atrás. Descobrimos que estavas grávida. Ainda nem sequer te tinha apresentado à minha mãe - realmente tinham sido outros tempos, mas que tinham marcado imenso a nossa vida. E ali estávamos nós, juntos, mais de três anos depois. - Quem diria que chegávamos onde estamos hoje.

- Estás-te a esquecer do sexo todo, Mikko. Só não fizemos pela mansão toda porque aqui há empregados em todo o lado. - Sorri e respirei fundo, sentando-me na cama. Estava orgulhosa de nós, e feliz por estarmos ainda juntos, mas... Tinha pena de estarmos aqui nestas circunstâncias. - Amanhã depois do funeral mandamos todos embora.