Zona da Fogueira

Solucei e sentei-me numa cadeira. - Que burra que tu és... - Insultei-me não querendo acreditar que me tinha entregue a Bryan. Estava meio arrependida primeiro porque foi querido comigo quando lhe convinha e de um momento para o outro tratou-me como se eu fosse um estorvo na sua vida. Odiava ser tratada assim, ainda para mais quando não conviviam comigo há algum tempo.

Estremeci ao ouvir a voz dele e limpei as lágrimas devagar, fungando. Endireitei-me na cadeira e olhei para o lado oposto onde ele estava não o querendo encarar. - Não estás aqui a fazer nada... - Comentei.

Soltei uma risada sarcástica e olhei para o céu estrelado por momentos. Estava uma noite quente e o céu repleto de estrelas que davam vontade de ficar a olhar até desaparecerem. - Não preciso das tuas desculpas para nada... - Murmurei.

- Bryan não tens que fazer tudo o que está no papel então deixa-me em paz. Se não querias fazer tudo o que mandam não vinhas para cá, se estás obrigado, FOGE. - Atirei levantando-me para o encarar. - Mas não me trates a mim como se eu fosse um estorvo porque nunca te impedi de nada. - Solucei magoada.

Dei-lhe com os punhos cerrados no peito e gritei com raiva, percebendo que ele não estava de todo importado com a minha situação e da tristeza que me invadia o peito por causa dele. - Deixa lá, eu trato de arranjar alguém que ao menos me perceba e me saiba pedir desculpas. - Concluí.

Deixei mais algumas lágrimas cair e tentei soltar-me dele mas estava sem forças, não conseguia debater-me mais. - Solta-me... - Pedi num tom baixo e sumido. - Por favor... - Implorei entre um soluço mudo.

- Não vou ser mais um estorvo para ti Bryan. Esquece lá que eu sou tua mulher, talvez encontres uma que seja bem melhor do que eu. Já percebi que só sirvo para duas coisas, sexo e cozinhar. - Disse desviando a cara para o lado oposto ao que ele estava.

- Fizeste-me sentir um estorvo para ti e isso meteu-me raiva. Deixaste-me mesmo triste Bryan, odeio que me tratem assim. - Disse abraçando o meu corpo.

- Pois, a tua maneira de ser é tratar as outras pessoas com indiferença quando já estás satisfeito. - Murmurei olhando para as chamas da fogueira.

- Tudo bem... - Murmurei limpando a minha cara. - Podes ir se quiseres, não precisas de estar aqui se não quiseres... - Disse num tom rouco.

Encolhi-me ligeiramente quando ele disse que não precisava de estar a chorar, por momentos fex-me lembrar o...esquece Yasmin! - Já não estou a chorar... - Murmurei.

Solucei contra o seu peito e desatei de novo a chorar assim que me senti protegida entre os seus braços másculos. Porque é que isto tinha que ser assim?!