Graham Street

Aquele momento que era para ser de tranquilidade tornara-se em algo intenso. Tanto as minhas emoções como as dela estavam à flor da pele. Era um momento raro. Controlei-me para acabar com aquilo. Queria que ela parasse de chorar -Eu não vou a lado nenhum porque o meu sítio é ao teu lado - Embora a teoria dela tivesse algum ponto - Ninguém nos vai separar. Nunca. E se algum dia isso acontecer voltaremos um para o outro. Mas eu prometo ter cuidado - Prometi e ia cumprir . Limpei as suas lágrimas passando os meus polegares gentilmente pelo seu rosto molhado - acabou amor ... temos coisas mais importantes e felizes em que falar .... ainda não temos nomes - desviar o tema da conversa certamente ia ajudar aquele ambiente sombrio.

Fui assentindo à medida que ia falando, deixando que me limpasse o rosto e me mimasse mais um pouco. Abracei-o com carinho assim que tive oportunidade e beijei-lhe a face com ternura. Não pude deixar de sorrir quando trouxe o assunto sobre os nomes para os bebés à baila. — Os nomes... — Murmurei, um pouco mais sorridente. Voltei a assentir. — Já tinha pensado num nome para a menina. Grace... A pequena Gracie. — Mordisquei o lábio enquanto o olhava e aguardava por uma reação da sua parte. — Mas também pensei noutros, claro. E para o menino... Estou confusa e indecisa, vou precisar da tua ajuda. Mas temos de resolver isto o quanto antes, já não falta assim tanto para nascerem!

A mudança de tema de conversa parecia ter resultado, assim como os beijos que lhe ia dando na pele exposta e as carícias que ia fazendo no seu ventre inchado. Já a sentia mais tranquila e animada. - O nome da minha mãe - Disse, primeiro surpreendio depois repetindocom um sorriso - É lindo. A nossa pequena Gracie. A minha mãe vai ficar eufórica. - Já a imaginava a chorar toda emocionada. - Diz-me o que é que tens em mente. Vai ser mais complicado escolher . Tem de ser algo que depois não faça o Millo daqui a uns anos reclamar por termos dado um nome melhor ao irmão - Soltei uma gargalhada - O tempo passa demasiado depressa. Ainda nem arranjamos o quarto. Vou ter de tratar disso também - Ainda eram apenas quatro paredes brancas e vazias na nossa nova casa. Tanta coisa para fazer, tanto para assimilar. Tanto para conciliar com o nosso drama em maus. Parecia impossível termos de lidar com algo tão mau quando tínhamos a chegada dos gémeos para preparar.

— Também pensei isso. Ela vai ficar muito contente. Pelo menos espero que sim, e que não se importe... — Ri baixinho e olhei-o. — Não sei... Não posso simplesmente chamá-lo de Milo também... — Disse na brincadeira, encolhendo os ombros. — Sam? Seth? Ross? Isaac? Daryl? Mikko, eu não faço ideia amor. Escolher para o primeiro já foi bastante difícil! — Ri, encostando-me melhor a ele. — Não precisas de fazer tudo sozinho, amor. Posso ajudar quanto à decoração, e o que exigir mais esforço podes pedir ajuda ao... hm, teu pai? — Sorri, mordiscando o lábio.

Olhei-o de repente, de olhos arregalados. — Grant! Gracie e Grant! Adoro! — Afirmei sorridente, bastante satisfeita. — Vês, desta vez foste tu quem teve uma excelente ideia para o nome do nosso bebé. O que achas soldadinho? Gostas do nome? — Acariciei a barriga, e voltei a olhar para Mikko com uma careta. — Amor... Não quero que andes com o peso todo nas tuas costas. Não faz mal ter uma ajudinha de vez em quando... Já tens tanto em mãos neste momento.

Ela olhava para mim como se tivesse tido uma epifania. Como se agora os nomes fizessem todo o sentido do mundo. - Não acredito que já conseguimos dar um nome aos nossos filhos!! - Estava genuinamente feliz. Tanto que acabei por mover os meus lábios até à sua barriga e aí Pousei um beijinho - Grant & Gracie Sullivan - Tornava tudo ainda mais real. - Pronto , não precisas de te procurar, eu arranjo ajuda se precisar.

Ri baixinho e acariciei os cabelos do meu marido quando deu um beijinho na minha barriga. Ou melhor, barrigona. Revirei os olhos e suspirei. — "Se precisar". Já estou mesmo a ver no que isso vai dar, vais acabar por fazer tudo sozinho. Até és capaz de dizer que tiveste ajuda de não sei quem com não sei quê e ser mentira. — Ri, encolhendo os ombros depois. — Só não quero que te sobrecarregues... — Murmurei e beijei-o docemente. — Vamos descansar? Tens mesmo ar de quem precisa, até mais do que eu.

— Sim, eu sei que tu sabes... Se eu não soubesse, achas que confiava em ti sequer? — Murmurei de olhos semicerrados, e em tom de brincadeira, dando-lhe depois um beijo longo e carinhoso de boas noites. — Dorme bem, meu amor, que bem precisas. — Sussurrei com muita ternura, deitando-me calmamente ao sei lado. Depois de encontrar uma posição confortável e me aconchegar bem, respirei fundo e fechei os olhos. O cansaço físico e psicológico era tanto que não demorei mais que meros minutos para adormecer.

Acordei, sorridente, depois de um bonito sonho. Tudo isto até parecia mentira para quem tinha vivido numa tristeza profunda no dia anterior, ainda por cima estando grávida de gémeos. Acordar bem disposta tornou-se em algo simplesmente raro. Mas hoje, pela graça dos deuses, hoje era exceção. Quando despertei finalmente e me sentei com cuidado na cama, apercebi-me que o meu amor não estava deitado ao meu lado. O meu coração disparou de imediato, mas decidi que era melhor manter-me calma antes que ainda me desse alguma coisa. Concentrei-me, e rapidamente ouvi barulhos vindos de longe, o que mais parecia ser da cozinha. Mordisquei o lábio e lá aguardei, sorrindo ao ver Mikko a entrar com o pequeno-almoço minutos depois. — Ena! Bem me pareceu que o barulho vinha da cozinha... Já estava a ficar preocupada, não estavas por aqui quando acordei.

— Bom dia, amor. — Retorqui com um sorriso grande e carinhoso, espreitando para o tabuleiro. Estava tudo com um aspeto fabulástico. — Claro! A minha função é preocupar-me contigo e com os nossos filhos. — Falei de imediato, num tom divertido. Encolhi os ombros distraidamente, voltando a olhar para ele. — Por mais estranho que possa parecer, sinto-me muito bem. Apesar de tudo o que está a acontecer, e do dia de ontem... Dormi muito bem, tive um sonho lindo e acordei bem disposta. O que nesta gravidez tem sido coisa bem rara!

Assenti de novo, sorrindo ainda mais com o seu elogio. Parecia a Felice de há uns anos atrás, que corava e sorria bastante a cada elogio por parte do machão, Mikko — Hoje ainda não tinhas dito... — Mordi o lábio e desviei o olhar, completamente atrapalhada. — E, ahm... — Ri, da minha figura, e respirei fundo. Acariciei a barriga ao senti-los mexer e olhei para Mikko de novo. — O que preparaste para pequeno-almoço?!

— Mikko!!! — Guinchei quando confessou que ainda me deseja, e fiquei mais vermelha que tomate. Mordi o lábio com força e tapei as bochechas com as mãos, suspirando. — Está tudo com um ótimo aspeto, amor. Já posso começar a comer? É que os bebés já despertaram também, e não tarda começa a sessão de ginástica artística aqui dentro se eu não comer entretanto. — Brinquei, esticando-me para pegar numa tosta mista. Dei uma pequena trinca e fiquei a olhar para ele. — Isso do Jr... É a sério?

— Lá vai o Grant andar a partir corações às bebés logo na maternidade... — Comentei com um revirar de olhos, desmanchando-me logo a rir. Mordisquei o lábio enquanto o ouvia, ficando bem atenta a cada palavra que ele ia dizendo. Passei a mão para o interior da sua coxa, aproximando-a do seu membro. — Eu estou muito bem, e excelentemente bem disposta hoje. Quem sabe se o teu sonho não se torna realidade... — Sussurrei, trincando o seu waffle sem desviar o meu olhar do seu.

— Oh meu deus, Mikko Sullivan... Vais comprar uma caçadeira? Quando é que vais deixar a nossa menina ter um namorado? Aos trinta??? — Brinquei, avançando com a minha mão rapidamente até ao seu membro, apalpando-o. — Eu acho que tu vais ter uma recompensa das grandes, meu amor. Tens sido um homem excelente, e mereces uma daquelas recompensas bem grandes e duradouras, sabes? — Murmurei, com um sorriso perverso. Voltei a pegar na minha tosta e comi o resto.