Café Lotti

Mordisquei o lábio ao sentir o seu beijinho. Tinha uma pitada de carinho, mesmo fofo - Hmm, então é à noitinha.. Ainda bem. Estou tão entusiasmada amor.. Lá é que vai ser a loucura - Ri baixinho

Ah, sim... A loucura de Vegas. Ia ser fantástico. - Vai ser a minha primeira vez enquanto comprometido em Las Vegas. 
 

- Dá graças por estares comprometido comigo e não com uma javarda qualquer.. Acredita, não ias poder fazer nada se eu fosse como as outras.. Já eu sou diferente né.. Junto-me a ti e pronto, está feita a festa - Soltei uma pequena risada e dei-lhe um beijinho

- Eu também nunca me comprometeria a uma javarda qualquer. - essas serviam apenas para casos de uma noite - eu sei, encontrei a namorada mais awesome deste mundo.

- Aw.. - Murmurei um pouco corada, mordendo o lábio. Beijei-o com carinho e sussurrei contra os seus lábios - Amo-te..

eu escolhera bem a rapariga pela qual apaixonar-me. Ou melhor, era tudo graças ao meu tio por nos ter juntado. - também te amo, princesa.

Sorri abertamente ao ouvir as suas palavras. Era tão bom ouvi-lo, ouvi-lo dizer que me ama, chamar-me de princesa.. Era tudo óptimo. Abracei-o com ternura e dei-lhe um beijinho no pescoço

Era tão bom poder passar tempo com ela, mimá-la e adorá-la o tempo todo.
Entrelacei a minha mão na sua.

Apertei ligeiramente a sua mão, beijando-o depois com amor. Encostei depois a minha testa à sua e sorri, toda carinhosa. Adorava estar assim com ele, é óptimo

- Queres ir sair, dar um passeio talvez?
Perguntei, sem me afastar dela Não queria. Só queria estar pertinho dela.

- Sim, amor. Um passeiozinho, é isso que quero. Caminhar por aí, de mão dada contigo, e dar-te umas beijocas - Murmurei, acariciando a sua mão

- Como é que leste os meus pensamentos? É mesmo isso que eu quero - gozei. Paguei a conta e saímos do café.

A viagem foi rápida devido à velocidade a que íamos, que por acaso me agradou bastante porém apenas os detalhes da paisagem me escaparam. Antes de estacionar olhei para ele pois a sua voz ecoou no carro num fio de voz melódico. - Claro que vou gostar. - acabei por esboçar um pequeno sorriso e acompanhei o seu movimento de tirar o cinto de segurança, abri a porta com cuidado e saí do carro exibindo o meu corpo torneado e mal fechei a porta delicadamente olhei em volta procurando-o com o olhar.

Saí do carro, não sei antes contemplar a graciosidade e delicadeza com que Heather o fazia. Controlei a minha expressão, para que esta continuasse igual e fechada, sem demonstrar o que eu pensava dela ou do seu corpo.
- Vamos.
Entrámos no café. Era um sitio pacato e acolhedor e eu já o frequentava há imensos anos, sabendo o nome de todos os funcionários. Cumprimentei aqueles que vi pelo caminho até nos sentarmos numa mesa.

O desconforto era plausível na minha expressão devido ao seu reconhecimento no café o que me deixava não escapar aos olhares de todo um pequeno mundo que trabalhava no Lotti. Ao contrário de mim o café era bastante confortável e acolhedor o que me fez acalmar um pouco e concentrar-me nele fitando-o. - É bastante conhecido por estas bandas. - comentei desviando o meu olhar para o café mais uma vez vingando esse meu lado curioso. Uma senhora aproximou-se de nós e curvou-se um pouco para ele lançando-lhe um olhar e um sorriso um pouco sedutor o que me fez rir um pouco baixo sem que quase ninguém desse conta.
Esperei que ele falasse para prosseguir com o meu pedido que iria , certamente, ser o mesmo que ele.

Acho que se podia considerar que era conhecido por estas bandas. Especialmente depois do meu divórcio, quando os mexericos se instalaram por toda a cidade. Mas não era nisso que queria pensar.
- Não é nada de mais - Acabei por dizer. Vi a empregada nova aproximar-se de nós. Dei-lhe pouca a atenção, observando apenas a face dela de relance.
- Para mim vai ser uma capucinno expresso, apenas. Heather? - Era a vez de ser ela a pedir.

Odiava rumores e mexericos e o café esta num alvoroço devido à aparição de James com uma mulher, neste caso eu. Ignorou todos e lancei o meu olhar para a vista que fazia sobressair na janela e olhei James nos olhos quando me fartei de observar o transito que se instalara. - O mesmo por favor. - pedi e sem olhar consegui perceber que ela se tinha afastado deixando-nos assim sós. A televisão fazia-se soar e eu prendi-me àquela tela ouvindo a história de dois irmão que haviam sido mortos pelo padrasto após 3 anos de sequestro dos mesmos, abanei a minha cabeça e suspirei. - Isto é acolhedor, não acha? - perguntei e lancei-lhe um pequeno sorriso debruando a minha musa interior sobre os seus olhos azuis.

Podia saber pelos olhares e admirações que nos lançavam que a maior parte dos rumores sobre eu ser gay iam desaparecer nas próximas horas. E mais uns quantos iam eram inventados. Malditos mexericos.
Agradeci mentalmente a Heather por ter sido ela a iniciar a conversa. Eu provavelmente teria continuado em silêncio. - Ah, sim. É bastante acolhedor. Acredite, é um dos cafés mais maravilhosos desta cidade - Acabei pro dizer, olhando distraidamente em redor.

Fitei-o de forma minuciosa e confrontei o meu olhar com o dele deliciando a minha musa que já se encontrava irrequieta. Os seus gestos eram poucos porém bastante sensuais, debrucei-me um pouco pela mesa e peguei num papel limpando o canto da sua boca que se encontrava suja e lancei-lhe um pequeno sorriso enquanto unia o nosso olhar numa harmonia.
Quando os nosso cafés chegaram o meu pensamento bloqueou, mas tal acontecimento não permitiu que eu ficasse calada e em silêncio então decidi prolongar a nossa conversa. - Quais são os seus sitios favoritos aqui na cidade? Ouvi dizer que tinha uns recantos deslumbrantes - sorri. O seu aspeto era cuidado e via-se que não era nenhum homem desleixado, a grande questão que rodeava este homem pairava sobre a minha mente neste momento. Porquê um homem tão distante, tão pouco tocante?! Vá lá James, para esse olhar cinza sobre mim.

Por vezes, nas alturas em que eu não a apanhava a olhar para mim, era eu quem olhava discretamente para Heather. Contudo retribui com um semi-sorriso, ou pelo menos tentei. Como ela rapidamente se iria aperceber, ou talvez até já se tivesse apercebido, eu mantinha quase sempre a minha postura rígida, quer dentro ou fora do colégio.
Depois de beber um trago do café, olhei para ela - Ah sim, existem por aqui uns sítios fabulosos, principalmente sítios naturais. - Acabei por responder, desviando-me discretamente da sua primeira pergunta. Ficava sempre desconfortável com perguntas quase pessoais.