[Cave] Ginásio

Quando lá cheguei, Mikko já estava a exercitar-se. Contente com o que vi, apenas tentei entrar ali em silêncio sem que ele desse por mim, e sentei-me num banco.

Depois de um café e uma tosta preparada pela simpática empregada residente, segui para o ginásio. Não sabia bem porquê mas a viagem a Las Vegas desta vez deixara-me inquieto e estava a precisar e libertar alguma dessa tensão com esforço físico. Quando Felice apareceu, eu já estava para lá de suado depois de correr 5km e ciclar mais uns 10.

Reparei no seu sorriso, e entendi que ele já tinha dado pela minha presença. Porém, não sabia se ele já tinha visto como eu estava vestida. Levantei-me e caminhei calmamente até ele, observando-o de perto. - Até te lambia todo agora, mas isto depois ia para outros caminhos e outro tipo de exercícios. - Sorri.

Tinha notado na sua presença, mas estivera tão focado nos exercícios que não tinha olhado bem para ela. Wow. Notei de imediato nas longas pernas e depois no arranjo do cabelo. Ela estava um arraso. Desconcentrei-me e tive que pousar a barra de ferros cso contrário aquilo ainda me caía para cima - Amor, que arraso - sorri contente. - Agora vou ficar a pensar nesse tipo de exercícios - ri-me - mas o que é que potenciou tudo isto?

- Então eu tenho de estar à tua altura! Tenho uma marido todo jeitoso, tenho de mostrar ao mundo que estou à altura da tua sensualidade também. - Resmungo, abanando a cabeça depois. - Mentira, arranjei-me toda para ti. Estás aí a matar pessoas com a mente, então achei que ias gostar de olhar para a tua jeitosa e esquecer tudo isso no fim.

- Não sinto. Olha para isso. - Apontei para o peito dele e mordisquei o lábio. Para mim, quanto mais despido melhor ele fica. Mas bem, não pode aparecer despido na rua. Vou atrás dele e seguro no saco de boxe. Ele parece confuso e espera que eu saia. - Estás à espera de quê? Não é a mim que bates.

Não fora isto que eu imaginara quando ela dissera que viria fazer-me companhia. Estava até divertido pelos seus movimentos - Felly, estás com uns saltos enormes. Não te vais equilibrar - Comentei com um sorriso divertido, duvidando um pouco dela.

- Se são os meus saltos que te incomodam, eu tiro-os. - Nem precisei de largar o saco, consegui retirar os sapatos só com os pés. Quando acabei, sorri-lhe. - Agora vá, bate lá nisso! Daqui a bocado é noite e tu ainda estás a pensar se bates ou não.

Ela estava a desafiar-me descaradamente e eu estava a gostar muito disso. - Está certo - Lancei o primeiro golpe contra o saco mas nada muito forte para ver como ela se aguentava. Depois mais outro e outro. Surpreendentemente, Felice segurava bem o saco.

- "E não é que ela aguenta mesmo?" - Imitei a voz dele e ri-me. - Continua lá, mas continua a sério. Vieste aqui para descarregar tudo, mas pareces estar a fazer cócegas ao saco. Devo dizer-te coisas que te irritam como fazem nos filmes? Olha que eu sou capaz de dizer coisas que te vão deixar para lá de irritado.

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Aquilo fez-me lançar um meio sorriso. Ela tinha razão e sabia-o. - Tenta, amor. Dificilmente dizes coisas que me irritam - respondi e dei um murro mais forte no saco.

- Tu é que pediste... - Eu murmuro, e preparo-me para segurar o saco com mais força. - Olha apenas para o saco, porque ele é agora o teu inimigo. E sabes como se chama este inimigo? Mikael Sullivan. - Mal eu disse aquele nome e os olhos dele pareceram escurecer. - Pois é, Mikko, só vieste atrapalhar a vida da minha fantástica pessoa. Eu, Mikael, ia ter tudo o que eu queria. Até a tua Felice. Raios a partam, se não iria ser minha a bem, seria a mal. Ia amar tê-la violado se não fossem os raios dos miúdos. Mas não te preocupes, Mikko, eu vou encontrá-la e quando eu o fizer tu nunca mais a verás. Só se for num caixão, e mesmo assim... - Tentei sempre falar num tom mais grave, imitando uma voz masculina de modo a parecer ser a voz daquele traste. E o meu Mikko estava... Possuído.

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Definitivamente não estava preparado para aquilo. À única menção do nome do meu irmão disparei raiva. Pior, por ser dito por ela e por ser ela quem mais sofrera nas mãos dele. Soquei o saco uma e outra vez inaginando o rosto daquele cabrao, relembrando o quanto ensaguentado o deixara, até este perder a consciência e a sua cara ser uma poça de sangue. Descarreguei a minha fúria no saco e quase perdi a vista, por um segundo nem me lembrando que Felice era a incentidora. - Nunca mais...- Quem ne dera tê-lo morto, pensei sombriamente.

Quando ele parou, eu quase me atirei para ele e segurei o seu rosto com as minhas mãos. - Pronto, já passou, sou só eu. - Murmuro, acariciando-lhe as faces. - Este é que é o meu marido. - Eu sussurro e beijo-o carinhosamente. Ele era capaz de matar por mim e eu sabia disso. Pelo menos aquele idiota. - Eu amo-te tanto. Tanto.

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Quando parei demorei uns segundos a ajustar-me à realidade e só o consegui fazer porque Felice estava ali quase como um centro de gravidade para mim. Não conseguia falar. Precisava de... Puxei-a contra mim e beijei-a de uma forma crua e primativa, de uma forma necessitada. Precusava...dela. De tudo.

Levei as minhas mãos às suas costas e acariciei-as com carinho. Porém, a maneira como ele me beijava e tocava não era de todo carinhosa. Ele parecia estar ainda no seu estado de fúria. Já vi isto antes, no Monroe.
De qualquer das formas, eu continuo carinhosa, beijando-o e tocando-lhe com calma, sussurrando palavras amorosas e pedindo que tivesse calma, e que estava tudo bem. "Já passou", disse eu, várias vezes.

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Mas não passara pois não? Eu ainda tinha acumulado no peito o terror pelo qual a nossa família passara. Eu nunca topara Mickael. Eu podia tê-lo parado.
E agora queria o nomento. Queria esquecer, mas ninguém esquece a memória de ver Felice dar à luz naquelas condições, de segurar um filho morto nos braços ou um outro raptado. No fundo eu ainda estava na merda mas isso desaparecia quando estava com Felly, quando a amava, quando sabia que nos meus braços ela estava segura...por isso continuei a beijar. Abracei-a e caímos os dois no chão do ringue improvisado, eu por baixo a amparar a queda

Soltei um pequeno guincho quando caímos ao chão e sorri. - Que tolo, ainda te magoas! - Resmungo depois de abandonar os lábios dele, seguindo depois até ao seu pescoço, onde depósito vários beijos carinhosos. - Eu espero que tu saibas que falo a sério quando digo que és o meu herói. - Murmuro, perto da sua orelha. - Devias fazer isto mais vezes, o boxe parece ajudar-te a libertar um pouco essa raiva. Já para não falar que te ajuda a manter essa sensualidade toda. - Sorrio, olhando-o nos olhos. - Eu amo-te. - Disse uma vez mais, sorrindo docemente.

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Correspondi ao beijo com todo o carinho e levei as minhas mãos ao seu rosto. - Tu és o meu Superman - Sussurro com um sorriso doce, beijando-o de seguida. - Desculpa lá não ser uma Lois Lane mas olha... Calhou-te uma Scorpius! - Ri.

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Sorri só de pensar naquilo. Nem acredito que um dia destes vamos mesmo casar. Vai ser bom, eu acho.
- Bem, não posso fazer amor contigo nem aqui nem no banho, por isso não... - Eu faço um ar tristonho mas logo volto a sorrir. - Vai lá tomar banho, eu fico à tua espera. - Dou-lhe um beijo carinhoso e dou-lhe uma palmadinha no traseiro. - Vá, vai-te lá lavar! - Ri.

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Nem eu a ia seduzir para vir comigo e acabarmos a fazer amor novamente. Tinhamos tempo e eu ia aguentar a minha libido. A noite tonha sido de dose. - Até já- digo e desapareço. Vou para o quarto e no espaço de 15 minutos tomo banho e visto-me confortavelmente com umas jeans e uma tshirt branca. Esfomeado, desço até à cozinha.