Quarto da Felice - F&M

- Ajudas-me porque vais estar feliz, a fazer aquilo que tu tanto queres fazer! - Afirmo, encostando depois a minha testa na sua. - Ver-te bem e feliz deixa-me feliz também, amor. - Murmuro, dando-lhe um pequeno beijo depois. - Por favor, amor, peço-te... 

Não era, de todo, uma questão simples nem fácil. Estava dividido. - Veremos como tudo corre - Geriria a situação com tempo. Beijei o topo da sua cabeça - Nós havemos de voltar a ter uma vida tranquila.

- Vai correr tudo bem, não é? Desde que estejamos juntos, vamos acabar por ficar bem... - Murmuro. Quero acreditar nas palavras que acabei de dizer, mas... Bom, no fundo, eu sei que será assim.
- Nunca te esqueças que eu te amo, muito. Que tenho muito orgulho em ti, seja como homem, filho, pai ou marido. - Sorrio.

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- Sim, tens completa razão - Desde que estivéssemos juntos, desde que nada nos separasse, conseguiríamos sempre superar quaisquer adversidades.
- Eu sei, Felly. Amo-te muito.

Sorrio, meio atrapalhada, meio envergonhada. Tal como sempre acontece quando diz que me ama ou quando me elogia. O meu sorriso fofo volta, e eu acabo por me sentar no seu colo, de frente para ele. Abraço-o, depositando beijos carinhosos no seu pescoço. - Todos te trataram bem? - Sussurro.

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- Ah, elas estão sempre a ver se arranjam uns homens mais novos. Mas de mim ninguém te rouba, homem. Não deixo. Nem que te amarre à cama. És só meu. Dessa maneira és só meu. Depois há outras maneiras também, também és da tua mãe, dos teus filhos... - Sorri. - Todo nosso. Não há nem velha nem nova que te roube de nós.

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- Nah, agrada-me mais essa ideia mas se for ao contrário, se for eu a estar amarrada. Mas também, nem preciso de amarranso. - Beijo-o, apaixonadamente. - Mas podes amarrar-me, eu deixo. - Sussurro. É então que batem à porta, espreitam e ficam para lá de constrangidos. Isso faz-me rir, então eu saio do colo do meu amor e sento-me ao seu lado. - Podem entrar! - Aviso ainda a rir, vendo os meus empregados entrar no quarto. Juliette, a quem eu sempre chamei de Julie ou apenas Ju, falou em nome de todos eles. Depois das condolências, falaram de boas memórias que me fizeram sorrir. Mas de repente já não está a falar para mim.

- Senhor Sullivan, vocês são mesmo casados ou é só de boca? Eu reparei nos dedinhos magros da minha Felicita que não tens anéis de compromisso! E os bebés? Quando os trazem? Queremos conhecê-los!

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- Então apresse-se a pedir a nossa menina em casamento que os dedos dela estão muito vazios! - Ju aponta para as minhas mãos, eu acho, e eu acabo por me rir.

- Ai mau maria! Mas porque é que toda a gente pergunta ao meu homem pelo casamento? Deixem-se lá disso, vá! Os meus dedos estão bem assim e eu estou bem com isso. - Sorrio docemente, dando um beijinho nas bochechas do meu homem. - Já que aqui estão... Não precisam de se preocupar com o emprego, nem com os salários. Vai permanecer tudo como estava. E se precisarem de ajuda com alguma coisa, basta falarem comigo ou com o meu marido, que ajudamos. Permanece tudo igual como quando era com o meu pai, está bem? - Afirmo, vendo-os mais sorridentes e aliviados. Talvez por perceberem que a herdeira era tão... boa?, gentil, vá, como o seu pai. E mãe, claro.

- Achas mesmo? Eu não sei bem... Nunca fiz nada disto antes, e não sei se vou fazer as melhores escolhas para a empresa do meu pai... Tenho medo de fazer tudo errado, entendes? Estragar aquilo que os meus pais tanto estimaram... - Suspiro.

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A ideia não era má, mas acabei por suspirar. - Eu não posso, amor. Não vou deixar os meninos com uma ama estranha lá no estrangeiro... - Suspiro, encolhendo os ombros. - Talvez noutra altura...

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- Podemos arranjar uma solução, amor - Nós conseguíamos gerir tudo, sempre, não era verdade? - Se tivermos horários diferentes. Fico eu com eles quando tiveres aulas e vice-versa. A carga horária também não é muita.

- Mas é que nem penses, Mikko. Não é o secundário, nem vai ser o Monroe College onde nós só fodiamos aqui e ali. Nós vamos andar todos partidos, super cansados, e ter de tomar conta de crianças enquanto se estuda não é boa ideia. Iríamos andar exaustos o tempo todo. - Não era mentira nenhuma. - Primeiro tu, e depois eu penso se faço isso também ou não. - Sorrio.

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- Para já acho que vou ficar apenas a apoiar-te a ti, a criar os nossos filhos e a tentar gerir a empresa a partir de casa. Talvez tente contactar o meu tio... Ele está sempre a viajar, talvez me possa ajudar. - Sorrio e dou um pequeno beijinho a Mikko. - E tu não ligues à história do casamento. Andam sempre a perguntar o mesmo. - Resmungo, revirando os olhos.

- Também tenho a certeza que o meu pai te pode ajudar, se precisares. De negócios ele percebe bem e, além disso, conhecia bem os teus pais - ofereci.
Sorri ligeiramente - Eles têm um bocado de razão. 

- Pois, o teu pai... - Apenas murmuro, pensativa. Só olhar para o pai dele lembrava-me de Mikael, então... Não me parecia assim uma ideia apelativa. Mais depressa me via a tratar de tudo sozinha, sinceramente.
- Razão? - Faço uma careta, claramente confusa. - Porque é que achas que eles têm razão? Nós somos casados, à nossa maneira, mas casados. - Afirmo, encolhendo os ombros.

nossa:

Abano a minha cabeça suspirando logo de seguida. - Amor, não tens de casar só porque os outros dizem que o deves fazer, ou porque os meus dedos estão vazios. A única coisa que um casamento tem e que nós ainda não temos é a festa, a noite de núpcias e um contrato assinado. Mas o resto já temos há muito tempo. E é isso que importa... - Murmuro, acariciando-lhe o rosto.

Arregalo os meus olhos. Não que eu até não quisesse aquilo, confesso que casamento e tudo isso é aquele desejo bem secreto que sempre tive, mas... Mikko, que não queria casar de todo, agora fala desta maneira...
Fiquei calada durante algum tempo, não sei bem quanto. - A sério? Mas tu nunca quiseste nada disso, amor...

ai nossa: