Starbucks

Desci-me do taxi e, com as mãos no bolso de minha calça, andei até o Starbucks. O lugar não estava cheio, agradeci mentalmente e pus-me a esperar na fila para que pudesse fazer o pedido. 

E não pude conter-me em ri do que a garota falou. Certo que eu achava qualquer coisa engraçada, mas, dessa vez, riria alto se eu não tapasse minha boca com a mão. A garota pareceu notar-me, então virou e me olhou. Aproveitei para fazer o mesmo e observa-la dos pés à cabeça. Era bonita, mas seus olhos eram os mais interessantes. Incrivelmente azuis... diferente dos meus, que escuros, o dela parecia  o mar. - Desculpa. - falei rapidamente, mordendo a parte interna de minha bochecha para não rir mais.

Calei-me e tirei o fone de ouvido quando notei a garota voltar a falar. Inclinei a cabeça para o lado e postei o sorriso que Paige odiaria. Olhei para os lados e atrás, continuava não tão cheio, mas, as poucas pessoas que tinham e que estavam na fila, olhavam para a garota. Ou para mim, devido minha risada, tanto faz. Realmente não importava-me. Mas, realmente, o jeito que a garota falara na segunda vez, incomodou-me. - Fala sério. - murmurei assim que ela deixou-me pedir algo. - Desculpe por ela. Digo, algumas pessoas só sabem exigir e esquecem de sua parte, ahn? - sorri com os lábios juntos para a funcionaria e seu colega. - Café, grande, sem açúcar e dois donuts de creme, por favor. - sorri educadamente e pus-me a colocar meu fone de ouvido de volta em um dos ouvidos. Olhei para a garota de olhos azuis e arqueei as sobrancelhas antes de voltar para a garota detrás do caixa, que ainda parecia mal. - Ahm... mas realmente, podias fingir melhor. - falei e dei uma piscadela amigável antes de pagar-lhe. Virei-me, para dar vez ao próximo, com meu Ipod em mãos e coloquei Snakes Start to Sing do bmth para tocar em um volume o qual dava para ouvir mesmo sem os fones em meu ouvido enquanto passava pela garota em direção em uma das mesas, esbarrando-me em seu ombro.

Voltei a suspirar após ouvir a reposta torta e fria da empregada, mas isto não chegava o moreno teve de intervir. - Ouve lá, não pedes desculpa por mim nem por ninguém. Melhor do que tu, certamente, sei o que são leis e sei que as devem cumprir e as leis do consumidos é uma coisa que a nós todos nos assistem.Se a senhora responde torto e eu peço para repetir e ela parece que goza, não. Gosto de respeito. Esquecer da minha parte? Eu sei me portar, e sei respeitar o outro. Ao contrário da senhora o meu tom de voz ainda não subiu e não armei peixarada. - mal peguei no meu café coloquei-o num quadrado de cartão para não me queimar, a minha pele era deveras sensível .- Fingir? Não, não finjo, as minhas expressões faciais por vezes não são as melhores, um erro admito. -Comecei a andar para uma mesa no recanto do café e senti o rapaz a esbarrar-me no ombro o que me fez olhar para ver quem era. -Cuidado moreno, podia-te ter queimado .- murmurei um pouco surpreendida pelo meu reflexo, que até fora bastante rápido.

Peguei no meu frappuccino e sentei na mesa outrora escolhida por mim, mal me sentei dei um golo no café sentindo a minha garganta a queimar com a temperatura que aquele café possuía; misturado com o café encontrava-se o caramelo e natas o que me fazia querer mais e deliciar-me. Tentei bebe-lo o mais devagar que conseguia, também não me queria queimar.